Jornal Estado de Minas

VISIBILIDADE

Projeto fomenta ações culturais para pessoas com deficiência

Com o objetivo de dar visibilidade às ações de coletivos e instituições que trabalham para a inclusão da pessoa com deficiência a atividades artísticas, o grupo Quatro Crescente deu início ao Ponto de Cultura. Apoiados na Lei Aldir Blanc, o projeto divulgará vídeos que registram os trabalhos desses coletivos, responsáveis por fomentar atividades culturais com pessoas surdas, cegas, com deficiência intelectual e ou autismo.





“Queria agradecer a sensibilidade dessa Lei Aldir Blanc, que possibilitou que a gente pudesse democratizar os recursos para os grupos beneficiados e trabalhar nesse sentido de dar visibilidade a eles”, disse Marcos Borges, também conhecido como Yé Borges, um dos fundadores do grupo Quatro Crescente e responsável pelo Ponto de Cultura. Além dele, Gina Borges também faz parte do Quatro Crescente desde a fundação do grupo.

O projeto conta com 10 vídeos, que serão compilados em um DVD distribuído para instituições de acessibilidade de todo o Brasil junto a um catálogo com informações sobre os coletivos. Os vídeos também poderão ser conferidos no canal do YouTube do Quatro Crescente. O link será disponibilizado também em um grupo do Telegram, criado para difusão e debate das produções.

A cada coletivo foi disponibilizado um videomaker para realizar a gravação de suas atividades e uma bolsa visando contribuir com a retomada no pós-pandemia. Embora Yé Borges enfatize que o foco principal não seja retratar o contexto da pandemia na luta por acessibilidade, é impossível ignorar o impacto do momento atual para a vida das pessoas com deficiência e para a cultura.





“Nós que não temos problema de acessibilidade, fomos extremamente limitados. Se nesse grupo nós já enfrentamos problemas durante o isolamento, com depressão, com relacionamento, imagine então os grupos com deficiência. Uma pessoa surda ou muda, por exemplo, depende muito de interações pessoais para falar em libras. O projeto não é um olhar da pandemia, mas decidimos dar uma pincelada nisso para mostrar as dificuldades que essas pessoas enfrentam”, afirmou Yé Borges.

DESTAQUES

Gravação do vídeo da Associação dos Surdos de Minas Gerais, que também foi contemplada para promover a inclusão (foto: José Borges/ Divulgação )
Um dos principais grupos beneficiados é a Associação dos Surdos de Minas Gerais (ASMG), que trabalha pela inclusão da pessoa surda na sociedade. As atividades oferecidas incluem teatro, festas culturais, palestras, seminários e produção de conteúdo. O objetivo é o desenvolvimento de diversas habilidades para os surdos.

Outro importante destaque do catálogo é o Mano Down. O instituto nasceu do amor de Leonardo Gontijo por seu irmão, Dudu do Cavaco, músico com síndrome de Down. A organização busca aprimorar as habilidades de pessoas com Down e promover a inclusão. Para isso, atividades como oficinas culturais e esportivas, inclusão no mercado de trabalho e envelhecimento saudável são algumas das prioridades do instituto.





“É um grupo que dá um apoio muito grande, é um alicerce para essa turma. Todos os grupos são muito importantes, mas esse foi o que mais me impressionou”, comentou Yé Borges sobre o Mano Down.  Os outros oito grupos podem ser conferidos na página do Ponto de Cultura no Instagram (www.instagram.com/pontodcultura/).

*Estagiário sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

PONTO DE CULTURA
Os vídeos estarão disponíveis no canal do YouTube, na página do Instagram e no grupo do Telegram do projeto. Para fazer parte do grupo, entre no site www.pontodcultura.com.br e escolha a opção “Entrar no web canal”. O catálogo sobre os coletivos também está disponível no site.

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