Com o objetivo de dar visibilidade às ações de coletivos e instituições que trabalham para a inclusão da pessoa com deficiência a atividades artísticas, o grupo Quatro Crescente deu início ao Ponto de Cultura. Apoiados na Lei Aldir Blanc, o projeto divulgará vídeos que registram os trabalhos desses coletivos, responsáveis por fomentar atividades culturais com pessoas surdas, cegas, com deficiência intelectual e ou autismo.
“Queria agradecer a sensibilidade dessa Lei Aldir Blanc, que possibilitou que a gente pudesse democratizar os recursos para os grupos beneficiados e trabalhar nesse sentido de dar visibilidade a eles”, disse Marcos Borges, também conhecido como Yé Borges, um dos fundadores do grupo Quatro Crescente e responsável pelo Ponto de Cultura. Além dele, Gina Borges também faz parte do Quatro Crescente desde a fundação do grupo.
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“Nós que não temos problema de acessibilidade, fomos extremamente limitados. Se nesse grupo nós já enfrentamos problemas durante o isolamento, com depressão, com relacionamento, imagine então os grupos com deficiência. Uma pessoa surda ou muda, por exemplo, depende muito de interações pessoais para falar em libras. O projeto não é um olhar da pandemia, mas decidimos dar uma pincelada nisso para mostrar as dificuldades que essas pessoas enfrentam”, afirmou Yé Borges.
DESTAQUES
Um dos principais grupos beneficiados é a Associação dos Surdos de Minas Gerais (ASMG), que trabalha pela inclusão da pessoa surda na sociedade. As atividades oferecidas incluem teatro, festas culturais, palestras, seminários e produção de conteúdo. O objetivo é o desenvolvimento de diversas habilidades para os surdos.Outro importante destaque do catálogo é o Mano Down. O instituto nasceu do amor de Leonardo Gontijo por seu irmão, Dudu do Cavaco, músico com síndrome de Down. A organização busca aprimorar as habilidades de pessoas com Down e promover a inclusão. Para isso, atividades como oficinas culturais e esportivas, inclusão no mercado de trabalho e envelhecimento saudável são algumas das prioridades do instituto.
“É um grupo que dá um apoio muito grande, é um alicerce para essa turma. Todos os grupos são muito importantes, mas esse foi o que mais me impressionou”, comentou Yé Borges sobre o Mano Down. Os outros oito grupos podem ser conferidos na página do Ponto de Cultura no Instagram (www.instagram.com/pontodcultura/).
*Estagiário sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro
PONTO DE CULTURA
Os vídeos estarão disponíveis no canal do YouTube, na página do Instagram e no grupo do Telegram do projeto. Para fazer parte do grupo, entre no site www.pontodcultura.com.br e escolha a opção “Entrar no web canal”. O catálogo sobre os coletivos também está disponível no site.