Buscando unir diversão e informação, especialmente para o público infantil, a série “O menino da máscara amarela” traz vídeos curtos e objetivos a respeito da COVID-19. A médica Camila Maciel, idealizadora do projeto, aposta nos pequenos para educar os adultos.
“As crianças podem influenciar os pais em decisões em relação à saúde. Acredito no protagonismo da criança no núcleo familiar. E educar adulto não é fácil”, diz Camila, rindo. Ela exibe o primeiro episódio do seriado em seu canal no YouTube. A direção é de Gabriel Bitar, com roteiro de Emily Hozogawa e locução de Luciana Ramanzini.
ISOLAMENTO
A série terá 10 episódios. O primeiro aborda a importância do uso de máscaras e do isolamento social. O segundo trará informações sobre a vacina. A ideia da médica é publicar mais seis nos próximos três meses. Há negociações para exibir a animação na TV.
Quando a pandemia começou, Camila Maciel morava em Boston, nos Estados Unidos, desenvolvendo projetos em Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massaschusetts (MIT). Preocupada com o impacto da doença em Baependi, no Sul de Minas, onde nasceu, ela entrou em contato com vereadores, pastores e formadores de opinião da cidade. Foram criados grupos no WhatsApp com o objetivo de divulgar informações sobre a COVID-19.
“Percebi que o WhatsApp funcionava para conscientizar as pessoas. Só que o grande problema era a internet no interior, além da memória do celular. Por isso, validei a ideia de criar links no YouTube em vez de mandar vídeos pelo celular”, conta.
Desse processo surgiu a produtora Criatividade X, aberta por Camila Maciel. “Fui atrás do pessoal para desenvolver as animações e demos início ao projeto”, relembra.
A mineira se preocupa com as fake news e com a escalada da chamada infodemia. “Há uma enxurrada de informações falsas que caem na mídia. Busco trazer informações confiáveis, embasadas na ciência”, afirma, lembrando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a advertir que as fake news matam. “Eu assino embaixo”, reforça.
Recém-chegada ao Vale do Silício, na Califórnia, Camila Maciel vem se dedicando à health tech, aplicação da tecnologia na área de saúde, depois de concluir seu pós-doutorado na Universidade de Boston. Atualmente, busca se juntar à Universidade de Stanford. “Aqui é o lugar para fazer as ideias virarem negócios – e negócios de impacto”, comenta.
"As crianças podem influenciar os pais em decisões em relação à saúde"
Camila Maciel, médica
TEATRO
Endocrinologista formada pela Universidade de São Paulo (USP), a mineira fez doutorado na área de cardiologia e também se dedica à medicina preventiva. Em Baependi, desenvolveu trabalhos educativos envolvendo teatro. Eles evoluíram para o audiovisual, dando origem à série sobre a pandemia.
“Há um conceito chamado Steam – Science, techonolgy, engineering, art and math (ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática). Antigamente, a arte não estava incluída nisso, mas eu já buscava levar a ciência para as escolas por meio do teatro. A acredito nessa união para promover a educação e a saúde”, conclui Camila.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
“O MENINO DA MÁSCARA AMARELA”
O primeiro episódio da série educativa está disponível no canal Dra. Camila Maciel, no YouTube.