É só começar a assistir a “Outbreak”, no TNT Séries, para pensar: “Esses canadenses são rápidos, conseguiram levar para a ficção toda a história da COVID-19”. Puro engano.
O queixo não demora a cair ao descobrir que a produção francófona (o título original é “Épidémie”), do canal TVA, de Montreal, foi realizada antes da pandemia.
Mais: originalmente, a exibição ocorreu entre janeiro e março de 2020 – o décimo e último episódio foi ao ar em 10 de março, um dia antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia.
Resumindo: é basicamente a história do novo coronavírus antes de ele se tornar a catástrofe planetária que continua ativa 14 meses depois.
Aqui o vírus se chama COVA. A protagonista é a infectologista Anne-Marie Leclerc (Julie LeBreton), diretora do Laboratório de Emergências de Saúde Pública. Sem-teto inuit (indígenas esquimós) começam a morrer subitamente em Montreal. A doença respiratória se espalha, matando indiscriminadamente: idosos, crianças, adultos, ninguém está a salvo.
Anne-Marie começa a investigar o caso. Desde o início (apenas) o público sabe quem é o culpado: um furão, mamífero carnívoro doméstico. Sem conseguir detectar o transmissor, ela logo inicia os protocolos sanitários: máscaras, áreas de segurança em hospitais, conferências diárias com a imprensa para dar conta do avanço da epidemia.
Como é ficção, tem uma novelinha por trás. Entre as primeiras pacientes está Chloé (Mélissa Désormeaux-Poulin), médica plantonista que é amante do marido de Anne-Marie. Há ainda o ministro meio idiota que desacredita, no primeiro momento, as medidas tomadas pela infectologista. E muito pânico da população, que começa a colocar a culpa nos inuits.
Enfim, guardadas as devidas proporções, tudo o que lemos ou vivemos de 2020 para cá está resumido na série. Que tem um final feliz. Infelizmente, algo muito longe da vida real.
“OUTBREAK”
• Seriado em 10 episódios. Exibição às sextas, às 23h30, na TNT Séries. Também disponível no TNT Go (para assinantes do canal pago).