“Morri. Eu fiquei aos pedaços. Mas tu não é culpado de não me amar assim”: o verso final de “Meu pisêro”, uma das faixas do novo álbum “Te amo lá fora”, mostra que Duda Beat está mais madura. A “sofrência” por amores não correspondidos lá do primeiro disco, “Sinto muito”, lançado em 2018, se transformou em aceitação no recém-lançado segundo trabalho de estúdio. Mas sem deixar de lado uma boa dose de drama, é claro.
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O longo hiato realmente trouxe amadurecimento musical à cantora. O ‘beat’ no nome artístico e as composições que transitam do pop ao forró não deixam dúvida de que Duda gosta de experimentar diferentes gêneros. E a pisadinha (ou pisêro), que dominou o país em 2020, com os hits de Zé Vaqueiro e Barões da Pisadinha, não ficaria de fora deste álbum. Foi o primeiro aperitivo do novo trabalho, lançado em videoclipe com “Meu pisêro”, em março.
Duda colhe ainda os resultados de um outro fenômeno na vida de qualquer artista: emplacar na trilha de novela. “Bixinho”, seu maior hit do álbum de estreia, foi presença marcante em “Amor de mãe”, exibida na faixa das 21h na Globo. “Incrível como tocava em todo capítulo. Foi uma honra para mim e trouxe muitos fãs novos.”
A dobradinha no horário nobre ficou completa quando Duda viu a composição cair na boca de Juliette, vencedora da edição 2021 do “Big brother Brasil”. “Ela é uma mulher arretada. Muito sensível e corajosa. Tenho muita simpatia pelas coisas que ela passou e estou pensando bastante em conhecê-la. Quem sabe até cantamos juntas”, diz Duda.
Mas “Te amo lá fora” não busca a fórmula do sucesso só no topo das paradas ou na exposição em TV aberta. Quem ouvir o novo álbum, disponível nas plataformas digitais, vai se deparar logo na primeira faixa com um tradicional ritmo nordestino, de raízes no século 18: o coco.
“Eu sabia que precisava fazer uma parceria com Cila do Coco, ela é uma pessoa maravilhosa, uma anfitriã da cultura pernambucana e inspiração para todos do estado”, elogia a cantora, nascida no Recife. Aos 33 anos, ela ainda faz reverência a Cila, que tem 81, usando dois samples da conquista no álbum.
O “tour” por diferentes estilos traz uma segunda participação especial: do rapper Trevo, que compõe e empresta voz à faixa “Nem um pouquinho”. “Esta música tem uma pegada de pagodão baiano que logo me fez lembrar do Trevo, um artista muito talentoso, que, com certeza, o Brasil precisa conhecer.”
O reconhecimento de Duda à musicalidade do cantor baiano faz lembrar a relação da recifense com outra artista: “A Pabllo foi a primeira ‘figurona’ da música a elogiar o meu trabalho. E hoje somos amigas”.
A dupla dividiu palco no Festival Sarará, em Belo Horizonte, e os fãs pedem cada vez mais um feat entre as duas. “É um desejo antigo que eu tenho. Quem sabe não esteja chegando a hora… Não posso soltar spoilers”, brinca a cantora.
Convites para parcerias não faltaram na vida de Duda desde sua estreia, em 2018. Foram gravações com nomes como Anavitória (“Não passa vontade”), Tiago Iorc (“Tangerina”), Gaby Amarantos (“Xanalá”), Mateus Carrilho e Jaloo (“Chega”), além de um EP com Nando Reis, grande referência da artista. Uma curta, mas intensa, trajetória que já consolidou o nome da pernambucana em playlists e festivais da novíssima safra de música brasileira.
CASA NA SERRA
O novo álbum, com produção musical dos companheiros de carreira Lux & Tróia (Lux Ferreira e Tomás Tróia), foi gestado antes mesmo do início da pandemia. “A gente já tinha decidido tirar um tempo e ir para uma casa na serra no Rio, onde íamos trabalhar em novas canções. Boa parte delas já estava desenhada. E, pouco tempo depois, veio a pandemia e acabamos ficando.”
O difícil momento vivido no Brasil devido à crise sanitária fez Duda ficar reticente em colocar o álbum no ar: “Eu sempre me questionava: ‘será que o que eu estou falando é suficiente, tamanha a dor que as pessoas estão sentindo?’. Mas depois refleti que a gente precisava levar um pouco de felicidade ao público com as novas músicas”.
Após “Sinto muito”, lançado em 27 de abril de 2018, e “Te amo lá fora”, que chegou no mesmo dia, mas em 2021, será que os fãs já podem salvar essa data, daqui a três anos, para o lançamento do terceiro disco? Duda garante que não: “2024 é muito longe. 2023... quem sabe.?! Acho que dois anos é um bom tempo entre um álbum e outro.”