Os 100 anos de nascimento da atriz Ruth de Souza (1921-2019) serão celebrados nesta quarta-feira (12/5) pelo Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br). Além de destacar momentos da trajetória da artista, o material traz entrevista com Ellen de Paula e Gabriel Cândido, idealizadores de “Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo”, a carta que eles entregaram para a atriz em 2019, falando sobre o evento, e outra atual que dá início a uma série de correspondências que integrarão o festival no segundo semestre. Pioneira no teatro, cinema e televisão e primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia brasileira, a atriz terá destacados momentos emblemáticos de sua carreira, que segue influenciando novas gerações.
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Nascida no Rio de Janeiro, Ruth de Souza se encantou pelas artes cênicas ainda criança. A vivência no teatro teve início na década de 1940, com o Teatro Experimental do Negro (TEN), do escritor e dramaturgo Abdias Nascimento (1914-2011). Sua estreia nos palcos foi aos 24 anos, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com participação na peça “O imperador Jones”. Anos mais tarde, começou sua trajetória no cinema. A carreira na televisão teve início nos anos 1950, com teleteatros, nas TVs Tupi e Record. Morou nos Estados Unidos, onde estudou e pesquisou as artes cênicas na American National Theater and Academy, na Karamu House e na Universidade de Harvard. Pioneira, em 1969, tornou-se a primeira protagonista negra de um folhetim televisivo (“A cabana do Pai Tomás”). Sua trajetória profissional foi marcada ainda pelo posicionamento político, que a fez contrariar as construções estereotipadas de personagens negros, criando gestuais e universos próprios para seus papéis.