“The underground railroad”, do cineasta Barry Jenkins, vencedor do Oscar com “Moonlight: Sob a luz do luar”, é a série mais ambiciosa sobre a escravidão nos Estados Unidos desde “Raízes”, lançada na década de 1970. A atração estreia nesta sexta-feira (14/5), na Amazon Prime Video.
Com 10 episódios, a produção demorou 116 dias para ser filmada. Alguns deles custaram US$ 1,5 milhão cada, segundo o jornal The New York Times.
A série chega depois dos protestos provocados pelo assassinato do afro-americano George Floyd por um policial branco há um ano, em Minneapolis, renovando o debate sobre a necessidade de compensação a descendentes dos negros escravizados.
Jenkins mostra os horrores da escravidão por meio de Cora, que foge de uma plantação na Geórgia, mas se vê sob ameaça constante de ser capturada pelo caçador de escravos Ridgeway. A atriz sul-africana Thuso Mbedu interpreta a protagonista.
Adaptação do romance homônimo de Colson Whitehead, vencedora do Prêmio Pulitzer em 2017, “The underground railroad” narra como uma rede de pessoas ajudava escravos a escapar para a liberdade por meio de uma ferrovia subterrânea.
A violência é o pano de fundo implacável da trama, mas o diretor não deixa que ela domine toda a narrativa. O ritmo dos episódios, com uma hora de duração, é lento. Predominam planos longos e momentos de silêncio, nos quais brilha o poder do que não é falado.
“Esse ato de equilíbrio, a tensão entre imagens duras e suaves, a necessidade de contar a verdade sem ser devorado pela barbárie dessa verdade é, sem dúvida, a realização mais difícil que tentei fazer na minha vida criativa”, disse Jenkins, de 41 anos. (AFP)
“THE UNDERGROUND RAILROAD”
• Série em 10 episódios. Estreia nesta sexta-feira (14/5), na Amazon Prime Video.