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Estado de Minas AUDIOVISUAL

'Brasil brasileiro' exibe 16 filmes da década de ouro do cinema nacional

Mostra reúne obras realizadas de 2009 a 2020 por Kleber Mendonça Filho, Gabriel Mascaro, Eder Santos, Beatriz Seigner e da produtora mineira Filmes de Plástico


19/05/2021 04:00 - atualizado 19/05/2021 07:06

"Pouco mais de um mês", curta da produtora mineira Filmes de Plástico, será exibido de sexta a domingo (foto: Filmes de Plástico/divulgação)

Com presença significativa nos principais festivais do mundo e prêmios importantes conquistados, o cinema brasileiro viveu um momento glorioso ao longo da última década. Parte dessa rica produção estará em cartaz a partir desta quarta-feira (19/5) na mostra on-line “Brasil brasileiro”, que exibirá gratuitamente 11 longas e cinco curtas lançados entre 2009 e 2020.

A programação se estende até 27 de junho, com duas atrações semanais dentro de seis miniprogramas temáticos. A abertura, às 18h de hoje, tem “Crítico” (2011), primeiro longa de Kleber Mendonça Filho, diretor dos premiados “O som ao redor”, “Aquarius” e “Bacurau”. O documentário reúne pontos de vista de 70 críticos e cineastas – entre eles, Gus van Sant, Elia Suleiman, Fernando Meireles, Cláudio Assis, Hector Babenco, Costa-Gravas e Eduardo Coutinho.

“Crítico” faz parte do eixo “Introdução” e estará disponível até as 18h de sexta-feira (21/5). A partir desse horário, será a vez de cinco curtas da produtora mineira Filmes de Plástico irem ao ar até as 18h de domingo. Toda a mostra seguirá esse modelo, com exibições na plataforma Vimeo.

Polos 
“Foi uma década impressionante, não só em número de filmes e prêmios, mas pela produção intensa que diversificou muito os polos de criação, saindo do eixo São Paulo, Rio, Minas, Pernambuco. O cinema brasileiro chegou a outras terras com multiplicidade de abordagens”, afirma a curadora Mônica Cerqueira.

Ela destaca a importância dos curtas da Filmes de Plástico. “É o caso impressionante de uma produtora que, em uma década, produziu com tanta intensidade, com tanto reconhecimento no Brasil e fora”, comenta.

Criada em Contagem por André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia, a produtora teve os longas “Temporada” (2018), dirigido por Oliveira, e “No coração do mundo” (2019), codirigido por Gabriel e Maurilio, exibidos nos festivais de Locarno, na Suíça, e Rotterdã, na Holanda, respectivamente. “Muita gente não teve a oportunidade de ver os curtas, é uma chance de conhecer ainda mais o trabalho desses diretores”, diz Mônica.

Nas próximas semanas, a programação terá outros cinco eixos, com dois longas cada. “O primeiro miniprograma já mostra o vigor da produção nacional recente. Na sequência, podemos ver filmes mais contemplativos, reflexivos, que mostram as muitas tessituras do cinema brasileiro”, comenta Mônica Cerqueira.

O próximo eixo é “Corpo”, com filmes que abordam o corpo humano de forma especial, como “Ventos de agosto”, de Gabriel Mascaro, e “As órbitas da água”, de Frederico Machado. Na terceira semana, “Fronteiras” traz longas dirigidos por Maya Da-Rin e Beatriz Seigner, com histórias que se passam entre o Brasil, o Peru e a Colômbia. O documentário “Terras”, dirigido por Da-Rin, relata o complexo cotidiano na região. A trama ficcional “Los silencios”, de Seigner, acompanha uma família colombiana fugindo rumo ao desconhecido.

O programa “Outros mundos, outras ondas” destaca olhares diferenciados de produções ligadas à fantasia e ao experimental. É o caso de “Inferninho”, de Guto Parente e Pedro Diógenes, vencedor do prêmio Queer Lisboa, e “Deserto azul”, de Eder Santos. Esse último, diz Mônica Cerqueira, “tem corte meio futurista, é ficção metafísica que traz a videoarte e as artes plásticas nos cenários, um estilo muito próprio.”

A quinta semana será dedicada a filmes que revistaram a Tropicália. Mônica destaca o “material de arquivo riquíssimo” do documentário “Torquato Neto –Todas as horas do fim”, de Eduardo Ades e Marcus Fernando. A ideia de “jogar uma semente sobre o futuro do cinema brasileiro” marca o eixo “Meu primeiro longa”, com “As duas Irenes” (2017), de Fábio Meira, e “Mulher oceano” (2020), de Djin Sganzerla.

Festival fantástico
Iniciado em 12 de maio, o 1º Festival de Cinema Brasileiro Fantástico Online, previsto para ser encerrado ontem, se estenderá até domingo (23/5). Entre os destaques está “Morto não fala”, de Dennison Ramalho. Daniel de Oliveira interpreta o funcionário de um necrotério que conversa com cadáveres. O longa fica disponível até as 23h59 de amanhã (20/5). Informações: https://festivalfantastico.com/

Programação

» Introdução
19 a 21/5: “Crítico”, de Kleber Mendonça Filho
21 a 23/5: Curtas da Filmes de Plástico. “Contagem”, de Gabriel Martins e Maurílio Martins, “Domingo”, de André Novais Oliveira, “Pouco mais de um mês”, de André Novais Oliveira, “Mundo incrível remix”, de Gabriel Martins, “Constelações”, de Maurilio Martins

» Corpo
26 a 28/5: “Ventos de agosto”, de Gabriel Mascaro
28 a 30/5: “As órbitas da água”, de Frederico Machado

» Fronteiras
2 a 4/6: “Terras”, de Maya Da-Rin
4 a 6/6: “Los silencios”, de 
Beatriz Seigner

» Outro mundo, outras ondas
9 a 11/6: “Inferninho”, de 
Guto Parente e Pedro Diógenes
11 a 13/6: “Deserto azul”, de 
Eder Santos

» Tropicália
16 a 18/6: “Torquato Neto – Todas as horas do fim”, de Eduardo Ades e Marcus Fernando
18 a 20/6: “Tropicália”, de
Marcelo Machado

» Meu primeiro longa
23 a 25/6: “As duas Irenes”, de 
Fábio Meira
25 a 27/6: “Mulher oceano”, de 
Djin Sganzerla

Das 18h de quarta às 18h de domingo, na plataforma Vimeo. Gratuito. Links e senhas disponibilizados nas redes da Mostra Brasil (@mostrabrasilbrasileiro no Facebook e Instagram).



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