Passados 14 meses do início da pandemia, o Museu do Oratório, em Ouro Preto, e o de Sant’Ana, em Tiradentes, duas instituições com acervo sacro em cidades históricas, ampliam sua atuação digital. Além da oferta de visitas virtuais a suas respectivas coleções, os espaços também criaram uma visitação mediada voltada exclusivamente para escolas.
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Hollywood lança seu gigantesco Museu do Cinema pouco antes do OscarMuseus dos EUA vendem obra para enfrentar a crise causada pela pandemiaMuseus do Oratório e de Sant'Ana recebem aporte de R$ 800 milA surrealista Alice e seu País das Maravilhas invadem este mundo pandêmicoArtista leva o 'mar' a Capitólio para promover um dia de praiaO museu ouro-pretano apresenta a exposição virtual “Oratórios: Relíquias do barroco brasileiro”, enquanto a instituição de Tiradentes traz três mostras: “A menina de Ana – A pequena discípula de Nazaré”, “Santos homens – Os combatentes da fé” e “Santas mulheres – As heroínas da fé”. Tais montagens já foram apresentadas nos espaços em anos anteriores.
Presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, gestor dos dois museus, Angela Gutierrez fala da dificuldade em manter na ativa instituições em meio ao abre e fecha decorrente da pandemia. O Museu de Oratório está fechado desde 18 de março de 2020, e o de Sant’Ana em sua terceira reabertura a partir do início da crise sanitária.
“Museu fechado é uma coisa terrível, e nossa preocupação objetiva é manter o acervo conservado, pois no momento em que houver autorização para abrir, temos que oferecer exatamente o que tínhamos antes. Ouro Preto tem um clima difícil, tanto que a manutenção está sendo feita com muito cuidado, pois tem que haver ventilação para manter um acervo de arte sacra”, diz Angela, referindo-se ao Museu do Oratório, que no momento “não tem perspectiva para abrir”.
Já o de Sant’Ana abriu pela terceira vez há pouco mais de duas semanas. “É tudo restrito, estamos seguindo à risca os protocolos indicados. A resposta do público é imediata. Assim que o museu abre, ele comparece”, diz.
Fundado há 23 anos, o Museu do Oratório, nascido da coleção da própria Angela, conta com quase 300 peças, entre oratórios e imagens dos séculos 17 a 20. Já o de Sant’Ana, inaugurado em 2014, abriga em torno de 300 imagens da protetora dos lares, da família e dos mineradores.
CANTO CRESCENTE
Aliada à manutenção física, as instituições tiveram que explorar novas possibilidades de apresentação de seus acervos no meio digital. “Durante a pandemia, fizemos várias exposições virtuais, e agora criamos uma visita com nova linguagem, mais moderna e de acordo com o momento. Com tantos meses fechados, tínhamos que usar as redes e a internet para que o contato com o público não acabasse. Temos que manter o interesse”, comenta Angela, lembrando que foi criado ainda um programa para as crianças e adolescentes do Coral Canto Crescente, mantido pelo Museu do Oratório.
“No início de toda a crise, pensei que passaríamos uma fase de desânimo, com as pessoas desestimuladas e tudo em ritmo mais lento. Pois no decorrer do período a equipe ficou mais unida, saiu em busca de soluções, todos se esforçando para encontrar uma saída dentro da pandemia”, finaliza.
MUSEU DE SANT’ANA
Rua Direita, 93, Tiradentes, (32) 3355-2798. O museu está aberto de quarta a segunda, das 10h às 18h, e aos domingos, das 10h às 16h. Acesso para programação virtual: https://museudesantana.org.br/visite/exposicoes-temporarias. Para ter acesso às visitais mediadas virtuais, escolas devem fazer agendamento pelo info@museudesantana.org.br
MUSEU DO ORATÓRIO
Fechado ao público, a instituição em Ouro Preto oferece programação virtual. Acesso: https://museudooratorio.org.br/conheca/exposicoes-de-curta-duracao. Para visitais mediadas virtuais, escolas devem fazer agendamento pelo info@museudooratorio.org.br