Nada como um prêmio para dar a devida visibilidade a uma produção. Escondida no catálogo do Globoplay, a britânica “Save me” recebeu nesta semana o Bafta de melhor série dramática. O troféu foi pela segunda temporada, e a atração bateu a badaladíssima quarta leva de episódios de “The crown”.
“Save me” é um thriller lançado em 2018, com o segundo ano apresentado em 2020 e a promessa de um terceiro em 2022. Foi criado pelo ator Lennie James (o Morgan Jones de “The walking dead” e “Fear the walking dead”), também protagonista da trama. Ele é o quarentão Nelly, que leva uma vida errante.
Sem residência fixa – passa temporadas nas casas das várias namoradas ou de amigos que lhe deem abrigo –, Nelly vive seus dias bebendo no pub local e fazendo bicos. Um vídeo muda tudo. Jody (Indeyarna Donaldson-Holness) é uma adolescente de 13 anos que deixa uma mensagem para a mãe, Claire (Suranne Jones). Ela ia se encontrar com o pai e em uma semana voltaria. Mas desaparece.
O pai, no caso, é Nelly. Ele só viu a garota uma vez, 10 anos antes, e abriu mão da paternidade. Pior: nunca teve contato com a filha. A polícia descobre que a menina estava, havia meses, conversando em um chat com o tal “pai”. E Nelly nem sequer tem e-mail.
Inicialmente apontado como principal suspeito pelo sumiço da menina, ele, quando é descartado pela investigação, resolve descobrir o que aconteceu com Jody. E não demora a chegar a uma rede de tráfico sexual.
Com externas que fogem da Londres dos cartões-postais – os cenários aqui são a vida nas ruas dos bairros pobres, com seus imensos conjuntos habitacionais e muitos personagens à margem –, a série vai sendo construída como um quebra-cabeças. Nada é o que parece, e a câmera urgente, que foge do convencional, vai descortinando uma trama sombria. No fim das contas, além de Jody, Nelly tem que salvar a si próprio.
“SAVE ME”
• As duas temporadas, com seis episódios cada uma, estão disponíveis no Globoplay