Em poesia e bordados, Bárbara Mançanares transborda sua mineiridade. Com palavras e linhas, os sentimentos foram recriados no livro “Cartografias do Corpo que Canta”.
Ao todo, 52 poemas em 76 páginas e seis ilustrações bordadas e aquareladas compõem a obra da Editora Patuá, que será lançada em 28 de junho, às 19h30, de forma virtual pelas redes sociais da editora. Mais informações no site.
Para Bárbara, nascida em Alfenas e criada nas ruralidades de Paraguaçu, no Sul de Minas, a poética se desenrola pelas linhas e pelas palavras e se sente realizada de trazer junto ao livro o ofício das bordadeiras, uma vez que o artesanato ainda ocupa um espaço marginalizado dentro da estética visual.
Ao todo, 52 poemas em 76 páginas e seis ilustrações bordadas e aquareladas compõem a obra da Editora Patuá, que será lançada em 28 de junho, às 19h30, de forma virtual pelas redes sociais da editora. Mais informações no site.
Para Bárbara, nascida em Alfenas e criada nas ruralidades de Paraguaçu, no Sul de Minas, a poética se desenrola pelas linhas e pelas palavras e se sente realizada de trazer junto ao livro o ofício das bordadeiras, uma vez que o artesanato ainda ocupa um espaço marginalizado dentro da estética visual.
“O bordado entrou na minha vida como um processo terapêutico, em um momento de luto, e se desdobrou em fonte de renda, objeto de pesquisa, fazer artístico, conscientização sobre o ser mulher e seus atos políticos. O bordado e a palavra subvertem a ordem das coisas, vasculham o cotidiano para dar novas formas ao que existe. São ferramentas de poder e união, poéticas de liberdade”, pontua Bárbara, que, com suas linhas, agulhas e palavras, tem valorizado a cultura local.
“Atualmente, busco me apropriar das palavras poeta e artesã para demarcar meu lugar no mundo. E aqui digo artesã porque não me interessa entrar na discussão infinita sobre arte versus artesanato, mas militar pelo reconhecimento dos artesãos e suas-nossas crias no mundo, a valorização dos saberes tradicionais e seus detentores, sem precisar que diplomas acadêmicos legitimem as nossas vivências e criações, ainda mais em um estado como Minas Gerais, que possui uma cultura imaterial riquíssima”, ressalta a artista, que teve o primeiro contato com o bordado ainda pequenina.
“Escrever sempre foi uma urgência, desde criança. Não sei dizer ao certo quando passei a fazer poesia. Já o bordado, me lembro de na infância minha avó me colocar na aula de ponto-cruz e eu não me identificar com aquilo. Na vida adulta, conheci outra técnica, do bordado livre, e me apaixonei, justamente por ser algo mais intuitivo do que metódico”.
Sobre o novo livro – contemplado com a Lei Aldir Blanc e com apoio do Ministério do Turismo e do governo de Minas Gerais –, ela utiliza a natureza como tema, como uma forma de pensar o corpo em travessia.
“Tenho utilizado o barro e a terra em minhas poéticas, a ideia do corpo como mapa, que inscreve cartografias no território ao mesmo tempo em que o território inscreve cartografias na derme. Bordar é, em si, uma experiência poética. Atravessar as tramas do tecido para suspeitar o mundo de fora e o mundo da gente”, reflete.
“Tenho utilizado o barro e a terra em minhas poéticas, a ideia do corpo como mapa, que inscreve cartografias no território ao mesmo tempo em que o território inscreve cartografias na derme. Bordar é, em si, uma experiência poética. Atravessar as tramas do tecido para suspeitar o mundo de fora e o mundo da gente”, reflete.
Mais sobre a escritora
Bárbara Mançanares tem 31 anos, nasceu em Alfenas, mas cresceu em Paraguaçu, Minas Gerais. Além de escritora e bordadeira, é integrante da Academia Paraguaçuense de Letras.
Graduada em História (UFOP) e mestra em Museologia e Patrimônio (UNIRIO), inscreve com as linhas e as letras o que suspeita no mundo. É autora do livro Maio (Quintal Edições, 2018) e possui poemas publicados em antologias e coletâneas – Antologia Ruínas (Editora Patuá, 2020) e Tomar Corpo (Editora Jandaíra, 2021).
Graduada em História (UFOP) e mestra em Museologia e Patrimônio (UNIRIO), inscreve com as linhas e as letras o que suspeita no mundo. É autora do livro Maio (Quintal Edições, 2018) e possui poemas publicados em antologias e coletâneas – Antologia Ruínas (Editora Patuá, 2020) e Tomar Corpo (Editora Jandaíra, 2021).