Minissérie sensação de 2021, “Mare of Easttown” merece todas as loas que tem recebido. A razão de ser do drama policial é a presença de Kate Winslet. Com as doses exatas de realismo e dor, a atriz britânica conseguiu que a personagem-título, detetive machucada pela vida de uma cidade interiorana dos EUA, mesmerizasse audiências mundo afora. É o maior sucesso da HBO deste ano. O episódio final foi o mais assistido da HBO Max nos EUA – a plataforma chega ao Brasil em 29 de junho, vale dizer.
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Foi com expectativa que a cada domingo acompanhamos Mare e suas doses cavalares de problemas – o trauma causado pela morte precoce do filho, o neto que pode estar no mesmo caminho do pai, a filha com quem não consegue dialogar, a mãe e o ex-marido, com quem vive às turras, o vizinho drogado, a vizinha idosa que não lhe deixa em paz, enfim, uma vida sem perspectivas.
Em meio a isso, dois crimes em uma cidadezinha na Pensilvânia. O desaparecimento da filha de uma colega de escola, que culpa Mare pela investigação interrompida, e o assassinato de uma adolescente. A narrativa, que tem início morno, vai se intensificando com a chegada do novo colega para ajudá-la na investigação. Os vários personagens que gravitam em torno da protagonista têm também uma boa dose de drama.
Não cabe aqui revelar muito sobre a trama. O que importa é que tudo o que está em cena – algumas questões parecem dispensáveis no primeiro momento – tem sua razão de ser. Sem adiantar muito, o quinto episódio é de altíssima combustão, com a sequência final claramente inspirada em “O silêncio dos inocentes”.
Mais: a resolução da trama é surpreendente (somente o mestre Stephen King descobriu o assassino; ele tuitou sua aposta, um dia antes do fim da série, e provou estar certo), factível e sem nenhuma ponta solta.
Para quem chegou agora, a dica é uma só: reserve o fim de semana para maratonar “Mare of Easttown”. Não há, nas sete horas desta produção, um só minuto que não valha a pena.
“MARE OF EASTTOWN”
A minissérie em sete episódios está disponível na HBO Go