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Estado de Minas MÚSICA

Marcelo Maccagnan lança 'Boundless', gravado na sala de seu apê em NY

Admirador do mineiro Fred Heliodoro, o contrabaixista aproveitou o lockdown nova-iorquino para criar os temas de seu intimista 'álbum pandêmico'


22/06/2021 04:00 - atualizado 22/06/2021 07:04

Marcelo Maccagnan gravou
Marcelo Maccagnan gravou "Boundless" na sala de seu apartamento, em Nova York (foto: Avery Cefre/Divulgação)

"Achei muito legal fazer tudo em casa, porque tínhamos todo o tempo do mundo. Pudemos gravar bem devagar"

Marcelo Maccagnan, músico


Radicado em Nova York há oito anos, Marcelo Maccagnan faz de seu contrabaixo o protagonista do álbum “Boundless”. É o segundo disco do compositor e instrumentista paulista, que contou com a participação do baterista Kelvin Andreas, da Indonésia, e do guitarrista Andrew Cheng, da Malásia.

Com a pandemia e o cancelamento dos shows, Marcelo se isolou e se concentrou em compor. “Gravei o disco inteiro em minha casa”, comenta. Jazz, música brasileira e improvisos são a marca de “Boundless”.

O álbum traz as autorais “Husks”, “Land of no heroes”, “Boundless”, “Don’t think”, “Dreamcatcher” e “Closed eyes”. Marcelo Maccagnan, de 26 anos, é formado em Berklee, a conceituada escola de música americana. Em Nova York, trabalha em projetos de rock, blues e world music, além de jazz instrumental e MPB.

Seu primeiro disco autoral, “Looking ahead” (2018), trazia baião, samba e partido-alto, além da influência jazzística. “Boundless”, explica, é exatamente o que queria fazer.

“Em ‘Looking ahead’, toquei contrabaixo acústico e neste agora toco o elétrico. É música com sentido mais íntimo, mais intenso, com mais sentimento”, comenta, definindo o repertório como a mistura de jazz, música progressiva e eletrônica.

“Queria o contexto de trio, algo bem íntimo, pequeno, com baixo, bateria e guitarra. Foi muito louco, pois não tinha nada gravado e veio a COVID-19”, relembra. O severo lockdown, que praticamente paralisou Nova York em março e abril de 2020, funcionou como uma espécie de “parceiro” do projeto.

Na época, Kelvin Andreas morava com ele. “A gente pensou: poxa, estamos presos aqui neste apartamento, por que não gravamos um álbum? Resolvemos chamar o guitarrista Andrew e gravamos na sala de estar mesmo.”

Foi uma produção – literalmente – doméstica. “Achei muito legal fazer tudo em casa, porque tínhamos todo o tempo do mundo. Pudemos gravar bem devagar, com vários takes, e o som ficou muito legal por isso. Posteriormente, um amigo, engenheiro de som, fez a mixagem”, explica.

“Não ficou de alto nível, mas conseguimos surpreender muito, apesar dos poucos recursos. Colocamos almofadas, toalhas e colchões ao nosso redor para abafar o som, algo meio improvisado mesmo, mas tudo deu certo”, diz.

As seis composições do disco de Marcelo Maccagnan ganharam pegada elétrica.

“Nos próximos projetos, quero tocar o baixo acompanhando como se ele fosse um violão ou uma guitarra. Isso, claro, sem deixar de fazer a linha do baixo.”

A inspiração vem do britânico Janek Gwizdala. “Ele usa a quinta corda afinada em dó, em vez do si, o que proporciona acordes mais agudos, fazendo parecer guitarra ou violão”, diz. Outra inspiração é o mineiro Frederico Heliodoro.

“Ele também usa bastante os acordes, mas faz isso no baixo de quatro cordas. É um grande instrumentista. Eu sigo o Frederico no Instagram e o acho incrível. Aliás, Minas Gerais tem vários baixistas de qualidade”, conclui. 

“BOUNDLESS”
Disco de Marcelo Maccagnan
Seis faixas
Disponível nas plataformas digitais


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