Samba, futebol, cinema e, principalmente, Nordeste. Esses são os temas das canções de Fi Barreto, jovem mineiro com herança sergipana que vai lançar “São Francisco”, seu álbum de estreia, durante a pandemia. O artista e a produtora Jam Box decidiram divulgar as canções separadamente com o propósito de chamar a atenção sobre cada uma delas. Nesta quinta-feira (24/06), é vez de o “O último xote”, segunda das seis faixas do álbum, chegar às plataformas digitais.
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A faixa-título do álbum, que ainda será lançada, é a adaptação de Fi de um dos contos de Deodato. “Eu me inspiro muito no trabalho dele. Pego referências de lugares, temas e letras nos livros e vou atualizando para a minha realidade”, diz o compositor.
“A ideia do álbum é trazer o conceito das coisas regionais daqui (Minas) e subir pra Sergipe. Nesse processo, você vai passeando por outros lugares, fazendo a conexão que o rio faz geograficamente”, explica Barreto.
A canção “O último xote” já estava gravada quando, por sugestão do produtor Márcio Júnio, Fi decidiu compor nova versão em parceria com o mineiro Cruvinel, que canta o refrão. “Acabou sendo meu primeiro feat, minha primeira música com a contribuição de outro artista. O nosso som bateu demais. Cruvinel está crescendo muito, é uma pegada nova da MPB com a qual me identifico muito”, diz.
As referências à poesia do bisavô e ao Nordeste começam no título da música, que remete à dança nordestina, e seguem com menções a Gilberto Gil e Caetano Veloso, além do clássico “O auto da compadecida”, de Ariano Suassuna. Isso tudo aliado a uma paixão de Fi: futebol.
“Te gosto como o mineiro gosta de baiano/ Te amo como Gilberto ama Caetano/ (...) Dou canção/ Jogo beijo/ E mando flores/ Moça, pra mim cê é final de Libertadores/ Uma obra-prima /Um ‘auto da compadecida”, diz a música.
“A letra é muito influenciada pelo que eu vivo. Tem samba, futebol, Belo Horizonte. A poesia nasce muito do meu cotidiano”, conta Fi. A primeira parte do refrão surgiu de uma viagem dele à Bahia, em 2020. “Fiquei 'brisando' nessa parada da identificação que a gente tem com o baiano”, diz.
“São Francisco” vai reunir vários gêneros musicais, reflexo das vivências do cantor e compositor. “Toquei teclado quando era novo, mas depois peguei o cavaco e não larguei mais. O samba é paixão da minha vida”, diz.
Aliás, a primeira banda dele foi a Vai Sambaska, criada nos tempos de escola com os irmãos Gabriel e Giovanni Mendes, Raphael Cançado, Danilo Lana e Juninho.
RAP
Fã do hip-hop, Fi logo introduziu rap no seu samba. “Sempre gostei de escrever minhas rimas, minhas poesias e me expressar. O rap é o ritmo que mais permite fazer isso. Também sempre curti MPB, rock nacional, Charlie Brown, Rappa, Planet (Hemp) e D2. Construí meu som no meio disso tudo”, conta.
O primeiro single do novo álbum, “Tereza de Teresina”, está desde abril nas plataformas digitais. Além do disco de estreia, o repertório de Fi conta ainda com os singles “Quem é ela”, “Lais de guia”, “Janeiro”, “Noite de poesia” e “O retirante (Texas)”.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
“O ÚLTIMO XOTE”
.Single de Fi Barreto e Cruvinel
.Jam Box
.Lançamento nesta quinta-feira (24/06), nas plataformas digitais