Artista incansável, Pabllo Vittar lançou na última quinta-feira (24/06) o quarto disco de carreira, pouco mais de um ano após seu último registro de estúdio. Em “Batidão tropical”, a cantora, de 27 anos, presta homenagem a músicas e ritmos que fizeram parte de sua infância e adolescência. Com nove faixas, o trabalho conta com três canções originais e seis regravações das bandas paraenses Companhia do Calypso, Batidão e Ravelly.
O disco transita entre forró e tecnobrega, colocando Pabllo na mesma posição de artistas brasileiros que, embora tenham conquistado boa projeção internacional, mantiveram-se fiéis às influências nacionais. Todas as faixas são potenciais hits, com refrões chiclete e letras passionais.
JOGADA
O primeiro “aperitivo” do álbum, o single “Ama sofre chora”, chegou às plataformas digitais em 6 de maio, depois da jogada de marketing que fez muita gente acreditar que Pabllo estava prestes a se casar. O boato acabou quando ela esclareceu que o anel de noivado e as fotos em que surgia vestida de branco eram parte da identidade visual do clipe, no qual é abandonada no altar.
Essa história ganhou continuidade ontem (25/06) com o lançamento do clipe de “Triste com T”, ou “triste com tesão”, como ela canta. No vídeo, dirigido pela cantora em parceria com Flávio Verne, Pabllo lida com a solidão em plena lua de mel.
Nessa canção, a artista segue desbravando o brega e explicita seu estado de espírito no verso que tem tudo para se tornar emblemático: “Madrugada e eu botei pra repetir/ Aquele ao vivo da Marrom”, canta ela, referindo-se à Alcione.
“Ama sofre chora” e “Triste com T” são músicas originais, assim como “A lua”. Aliás, essa última é uma das provas de que Pabllo une todas as tribos – como diz o meme eternizado por Dinho Ouro Preto no Twitter. A letra é parceria da cantora com Alice Caymmi, com quem ela já colaborou em “Problema seu”, do álbum “Não para não” (2018). Outro nome curioso creditado na faixa é o da curitibana Vivian Kuczynski, associada ao universo da música alternativa.
A partir da quarta faixa, começam os covers das bandas que marcaram a vida de Pabllo. Da Companhia do Calypso ela regravou “Ânsia”, “Bang bang” e “Zap zum”. Essas três são as que mais se aproximam da versão original, ainda que o produtor Rodrigo Gorky tenha trazido o trio para o universo da cantora, adicionando elementos eletrônicos e sintetizados.
Do grupo Batidão, Pabllo Vittar reinterpreta “Apaixonada”. A decisão foi preservar a sonoridade da música, baseada em sons sintéticos, assim como o tom agudo da voz.
FUTURISTA
“Não é papel de homem” e “Ultra som” vieram da banda Ravelly. A primeira é uma canção divertida sobre ressentimento. A outra celebra a liberdade e destoa bastante da versão original, ganhando sonoridade futurista e acelerada. Pabllo também adaptou a letra para os momentos em que fala seu próprio nome.
“'Batidão tropical' é uma grande homenagem ao Brasil, e claro, ao Norte e Nordeste, regiões que fizeram e fazem parte da minha vida”, declarou Pabllo Vittar em comunicado enviado à imprensa, celebrando o fato de abordar livremente o tecnobrega. “Acredito que o gênero é a cara do Brasil e, com sua energia, consegue trazer um pouco de alegria em um cenário difícil como o que estamos vivendo”, completou.
Gorky explicou que o repertório é fruto de uma pesquisa nas origens de Pabllo. “Foram quase 30 músicas pré-selecionadas, que fomos selecionando até chegar às seis que ganharam novas versões”, informou, no comunicado à imprensa.
Pabllo diz que o álbum é a forma que encontrou de proporcionar aos fãs a alegria das festas de verão, resgatando a estética dos anos 2000, o que se revela na capa e nas fotos de divulgação.
Além de extremamente pessoal, o registro destaca uma produção interessantíssima da música brasileira, que, por estar fora do Sudeste, não recebe o devido valor. Pabllo Vittar faz justiça a ela, trazendo esse repertório para seu universo, com o cuidado e o carinho de quem cresceu escutando aquelas canções.
A partir de agora, Pabllo tem a chance de mostrá-las para o mundo, à sua maneira. Pelo menos em Barcelona, na Espanha. Ela foi confirmada no extenso line-up da próxima edição do Primavera Sound, programada para junho de 2022.
MINAS
Nascida em São Luís, no Maranhão, a cantora mora em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde iniciou sua carreira, que decolou depois do lançamento da canção “Open bar”, que deu fruto ao EP homônimo, lançado em 2015 com versões em português de músicas do pop internacional.
Com o sucesso comercial desse trabalho, Pabllo lançou seu disco de estreia, “Vai passar mal”, em 2017, emplacando os hits “K.O.” e “Corpo sensual”. No ano seguinte, saiu “Não para não”. Em 2020, ela lançou o disco “111” e a versão de luxe do trabalho.
Em todos esses trabalhos, a cantora preza pelo apelo pop das músicas. Agora, essa preocupação se volta para o que a música brasileira tem para oferecer.
“BATIDÃO TROPICAL”
.De Pabllo Vittar
.Nove faixas
.Sony Music
.Disponível nas plataformas digitais