Jornal Estado de Minas

SÉRIE

A fofa Zoey, com a sua fantástica playlist, não merecia ser cancelada


Tem (muita) gente que torce o nariz para o adjetivo fofo. Mas não há como definir de outra maneira a comédia musical “Zoey e sua fantástica playlist”, que traz uma explosão de fofura a cada episódio. Com duas temporadas disponíveis na Globoplay (a segunda e última acabou de chegar à plataforma), a produção acompanha a personagem-título em São Francisco.





Zoey Clarke (Jane Levy) é uma jovem programadora de computadores. No início da história, não foge ao clichê nerd – tem poucos amigos e vida social zero. Pior: odeia música e desconhece os clássicos do pop. Claustrofóbica, precisa fazer uma ressonância magnética.

TERREMOTO 
No exame, para que Zoey se acalme, o técnico se oferece para colocar música. No meio do procedimento, ocorre um terremoto de pequena escala. Impactada pelo curto-circuito no equipamento, Zoey descobre que, em decorrência do incidente, ganhou um estranho poder: consegue ouvir os desejos das pessoas ao seu redor por meio de canções.

A vida de Zoey muda radicalmente. No início, ela pensa ter enlouquecido. Quando descobre que o dom pode ajudá-la a melhorar a sua rotina e também a daqueles que a cercam, ela assume o “presente”. Logo se torna íntima de vizinha Mo (Alex Newell), pessoa de gênero fluido que atua como DJ e é a única que sabe do segredo de Zoey.





A garota trabalha em uma start up no meio de um grupo de homens. Torna-se gerente dos programadores, o que a aproxima de sua chefe, Joan (Lauren Graham, a eterna Lorelai de “Gilmore girls”), que, apesar do aspecto de durona, tem lá as próprias inseguranças.

O melhor amigo de Zoey é Max (Skylar Astin), também programador. Por meio da música, a protagonista descobre que o rapaz é apaixonado por ela. Mas já está de olho em Simon (John Clarence Stewart), o novo gerente de marketing que tem um trauma familiar.

É por meio das dores que os dois se aproximam. O pai de Zoey, Mitch (Peter Gallagher), sofre de uma doença generativa que o deixou sem movimentos e sem fala. A mãe, Maggie (Mary Steenburgen), tenta, de toda maneira, fazer com que o marido viva com o mínimo de desconforto.





Carismática, Jane Levy interpreta a protagonista como a típica garota “da casa ao lado”, uma pessoa bacana, aparentemente comum, amiga dos amigos.

A cada episódio, a série utiliza canções para expressar momentos importantes da jornada de Zoey. Por meio de seus poderes, ela consegue fazer com que o pai se expresse. Um número com Gallagher interpretando “Moondance”, de Van Morrison, mostra como o personagem tem saudades dos momentos de namoro com Maggie.

Zoey também descobre que a chefe Joan está com problemas quando a vê cantar “Satisfaction”, dos Rolling Stones.

O repertório da série é imenso, inclui Beatles, Cindy Lauper, Katy Perry, Beastie Boys, Elvis Presley, Elton John e por aí vai. Playlist no Spotify reúne as canções das duas temporadas em 165 minutos.

REDES 
Com seu forte apelo pop, “Zoey e sua fantástica playlist”, lançada em 2020 na rede NBC, virou um fenômeno nas redes sociais. Também levou o Emmy de melhor coreografia para Mandy Moore (não confundir com a atriz de “This is us”). Jane Levy ainda recebeu indicação a melhor atriz de comédia ou musical no mais recente Globo de Ouro.

Muito bem cotada pela crítica, a série, cuja audiência não decolou, foi cancelada no mês passado, logo após o fim da segunda temporada nos EUA.

“ZOEY E SUA FANTÁSTICA PLAYLIST”
As duas temporadas da série, com 25 episódios, estão disponíveis na Globoplay












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