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Estado de Minas LITERATURA

Adriana Peliano aproveita o CarrollsDay para lançar 'Alice em 7 chaves'

Artista visual apaixonada pela mais célebre criação de Lewis Carroll, ela produziu um livro cujo formato é inclassificável, segundo diz


04/07/2021 04:00 - atualizado 03/07/2021 20:59

A artista visual Adriana Peliano(foto: Ezie Moleda/Divulgação)
A artista visual Adriana Peliano (foto: Ezie Moleda/Divulgação)

"Não sei como classificá-lo. Não é um livro teórico, mas também não é narrativo. Não precisa ser lido em sequência, ainda que traga uma história hipotética. Ele mostra os caminhos que se pode levar para chegar ao jardim de Alice"

Adriana Peliano, autora de "Alice em 7 chaves"


“Como todas essas mudanças desorientam!” Quem, ao longo dos 16 meses da pandemia, já não falou isto? Pois tal frase, que cabe como uma luva no mundo de hoje, foi cunhada por Lewis Carroll (1832-1898), ou melhor, por sua mais célebre criação, Alice. 

Estudiosa apaixonada por “Alice no país das maravilhas” (1865), tanto que denomina-se “colagista alicedélica”, a artista visual Adriana Peliano fez uma releitura da obra original, a partir do tempo atual.

O livro “Alice em 7 chaves” (editora A Mascote, 60 páginas) será lançado em live no próximo 4 de julho, às 18h, no YouTube. A data não é circunstancial. Trata-se do Carrollsday, dia dedicado a celebrar o legado de Carroll. 

Teria sido em um 4 de julho, mas no longínquo ano de 1862, que Charles Lutwidge Dodgson – o nome que o pseudônimo Lewis Carroll “escondeu” ao se tornar grande demais – contou, em um passeio pelo rio Tâmisa, em Londres, histórias de improviso que serviram como base para sua criação maior.  Em Belo Horizonte, por iniciativa da artista visual Beatriz Mom, o Carrollsday é celebrado desde 2010.
Ilustração de
Ilustração de "Alice em 7 chaves" (foto: A Mascote/Reprodução)
 Pesquisadora que se dedica há muitos anos a Carroll, tendo inclusive ilustrado alguns livros, Adriana pensou que, com a pandemia, as ideias de Alice poderiam ter outro sentido. O livro nasceu dessa vontade de mostrar que há como reinventar-se. 

“Não sei como classificá-lo. Não é um livro teórico, mas também não é narrativo. Não precisa ser lido em sequência, ainda que traga uma história hipotética. Ele mostra os caminhos que se pode levar para chegar ao jardim de Alice”, conta.
Para tal, o leitor tem que encontrar chaves: curiosidade, tempo, viagem, maluquice, transformação, jogo e sonho, elementos importantes na jornada da personagem. A obra é recheada de ilustrações, resultado das colagens realizadas por Adriana. 

“Trabalho basicamente com a assemblage, forma de colagem com objetos”, diz ela. A partir da obra de John Tennial (1820-1914), o primeiro ilustrador de Alice, ela fez as colagens. Os personagens “entram” em obras de arte. No livro, uma imagem que mostra a protagonista deitada em um jardim tem como cenário uma tela de Monet, por exemplo.
Ilustração de
Ilustração de "Alice em 7 chaves" (foto: A Mascote/Reprodução)

“Em 2015, lancei ‘Aventuras de Alice no país das maravilhas e através do espelho e o que Alice encontrou por lá’ (Zahar) livro em que levei Alice para a história da arte”, conta Adriana, que atribui às diversas interpretações que a personagem teve através dos tempos sua permanência no imaginário coletivo.

“Na época do surrealismo, ela se tornou sonhadora; na psicodelia, uma buscadora da expansão de consciência. No século 21, Alice se tornou meio que um caleidoscópio de como lidamos com os conflitos, como um espelho de nossas contradições.”

Antes da edição brasileira, “Alice em 7 chaves” foi editada, há pouco, nos Estados Unidos, pela Underline Publishing. Para Adriana, seu livro não é para crianças pequenas. “São as crianças maiores e também pessoas de qualquer idade. Isto também tem a ver com a própria característica de Alice, que desperta o interesse em várias idades. A leitura irá de acordo com o repertório de cada um.”

Há pouco mais de uma década Adriana fundou no Brasil a Sociedade Lewis Carroll, que também existe em vários países. “Foi um pouco antes do lançamento do filme do Tim Burton (“Alice no país das maravilhas”, de 2010). Naquele momento, eu queria mostrar o que existia além do filme”, conta. A Sociedade promove eventos como palestras, exibição de vídeos, artes plásticas, moda e quadrinhos. 

No blog Alicenations integrantes da Sociedade Lewis Carroll apresentam textos e imagens. “Qualquer um pode fazer parte da sociedade. Diferentemente das outras, internacionais, em que as pessoas pagam um valor e recebem uma publicação periódica, aqui é só querer participar, seja com proposta de eventos ou troca de informações”, afirma Adriana.

CARROLLSDAY 2021
Neste domingo (04/07), às 18h, lançamento do livro “Alice em 7 chaves”. Bate-papo da autora, Adriana Peliano com Angela Droghetti e performance do ator Jonnatha Horta. No canal CarrolsDay no YouTube.



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