(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LITERATURA

Biografia de Felipe Neto destaca suas polêmicas com famosos

Youtuber reclamou que o livro 'Felipe Neto - O influenciador' não menciona que Rafael Portugal pediu 'profundas desculpas' pelas 'coisas horríveis que falou'


09/07/2021 04:00 - atualizado 08/07/2021 23:25

Felipe Neto tem hoje 70 milhões de seguidores, somando-se seus perfis no YouTube, Instagram e Twitter (foto: Fotos: Editora Máquina de Livros/Divulgação )
Felipe Neto tem hoje 70 milhões de seguidores, somando-se seus perfis no YouTube, Instagram e Twitter  (foto: Fotos: Editora Máquina de Livros/Divulgação )

A definição de youtuber, há algum tempo, não é suficiente para Felipe Neto Rodrigues Vieira, de 33 anos, mais conhecido por Felipe Neto. Empresário, escritor, humorista e filantropo, é também considerado figura-chave no debate público brasileiro, além de uma das personalidades mais populares do mundo na rede social dedicada aos vídeos (YouTube). 

Contudo, a trajetória até este alto posto inclui muitas curiosidades, erros e controvérsias que o jornalista Nelson Lima Neto apresenta na biografia não autorizada “Felipe Neto – O influenciador”, lançada em junho pela Editora Máquina de Livros.

Embora não seja conhecido pelos menos conectados ou subestimado por quem questiona a relevância das novas mídias, Felipe Neto tem hoje 70 milhões de seguidores na somatória de seus perfis no YouTube, Instagram e Twitter. Para efeito de comparação, apenas no Twitter são 13,5 milhões. Quase o dobro do presidente da República, Jair Bolsonaro, de quem Felipe é crítico ferrenho e, por consequência, acabou se tornando alvo. 

Em maio deste ano, a Justiça do Rio de Janeiro arquivou uma investigação contra Felipe Neto por ter chamado Bolsonaro de “genocida”. Após o episódio, ele fundou o movimento Cala a Boca Já Morreu, como  objetivo de oferecer, gratuitamente, o serviço de advogados para quem for ameaçado em virtude de manifestações políticas. Casos que mostram o poder midiático do jovem que ganhou popularidade falando sobre trivialidades em tom debochado no YouTube, há cerca de 10 anos, e já comprava briga por criticar políticos antes mesmo das eleições de 2018. 

A proposta de Nelson Lima Neto foi mostrar como foi construído o caminho até o estrelato. “A ideia de uma biografia veio não só pela relevância atual, mas também para fazer uma espécie de passo a passo da vida dele até aqui. Saber como ele cresceu, os pensamentos que tinha na infância, as influências na adolescência e os primeiros passos como youtuber”, diz o autor.

O youtuber quando criança. Segundo o biógrafo, Felipe Neto não colaborou com o livro
O youtuber quando criança. Segundo o biógrafo, Felipe Neto não colaborou com o livro


PESQUISA 
Para isso, ele diz, o trabalho de pesquisa e apuração foi árduo, sobretudo por não contar com depoimentos ou mesmo com a colaboração do biografado. “Fizemos uma pesquisa inicial e, com base nela, procuramos o Felipe por meio de sua assessoria. Abrimos que estávamos fazendo um grande perfil sobre ele, que daria um livro, e queríamos saber se ele topava participar”, conta Lima Neto.

“Ele respondeu que não tinha interesse, mas não tinha nenhuma oposição ao processo. Continuamos com a mesma boa vontade de antes, mas com algumas dificuldades a mais para checar, rechecar, saber ao certo quantos quartos tinha a casa de infância dele, qual o nome da rua em que ele cresceu, entre outros exemplos.” 

O trabalho, descrito por ele como “apuração jornalística na veia”, foi elogiado pelo biografado. “Terminei ‘Felipe Neto – O Influenciador’, de Nelson Lima Neto. Foi incrivelmente esquisito ler uma biografia sobre mim. Eu não tive qualquer participação no livro, é não autorizado. Posso dizer que quase tudo dentro dele está correto, inclusive a exposição dos meus defeitos”, publicou Felipe Neto, no Twitter, em 8 de junho. 

Na mesma publicação, Felipe Neto ainda elogiou a inclusão de depoimentos de colegas de colégio com quem ele não tem contato há muito tempo, mas fez algumas críticas. “Acho que o livro deu muito pouca importância aos maiores projetos da minha vida: o VERO (instituto sem fins lucrativos criado em dezembro, voltado para iniciativas de educação digital) e o Cala Boca Já Morreu. Ao mesmo tempo, deu importância demais a brigas com pessoas que já foram superadas há anos, coisas bobas que parecem muito sérias no livro”, declarou o influenciador, que ainda se disse magoado pela inclusão de “todas as coisas horríveis que o Rafael Portugal falou de mim e não ter mencionado que ele depois pediu profundas desculpas publicamente e confirmou que era tudo piada e nada verdade”.

Sobre o pouco espaço às iniciativas filantrópicas recentes, o autor diz que não houve prazo compatível para incluí-las devidamente. Contudo, desavenças e imbróglios de Felipe Neto com outras personalidades, que foram parar até mesmo na Justiça, ocupam um bom espaço da publicação. “Ele enfrentou muitos processos. Do Marco Feliciano, da Viih Tube e muitos outros. Foram muitas polêmicas que detalhamos e explicamos no livro.”

Autor do livro aposta que, com suas críticas de teor político, o influenciador terá papel importante na próxima eleição
Autor do livro aposta que, com suas críticas de teor político, o influenciador terá papel importante na próxima eleição


De como a censura levou o youtuber a 'bombar' uma Bienal

Um dos episódios emblemáticos destacados pelo autor é ligado à Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2019. Na ocasião, o youtuber comandou uma ação que distribuiu, gratuitamente, cerca de 14 mil livros com temática LGBT no evento, depois que o então prefeito carioca Marcelo Crivella (PRB) determinou o recolhimento de um livro dos “Vingadores” com personagens homossexuais por suposto "conteúdo sexual para menores".

“Nós mostramos como ele transformou um evento que estava fadado à censura, estando a quilômetros de distância do local. Ele conseguiu doar 14 mil livros sem colocar um pé na Bienal, tudo do escritório dele, criando uma mobilização. Fizeram a Bienal virar o assunto do momento e virou um fim de semana de liberdade, de conhecimento, de cultura”, comenta o biógrafo.

FONTES 
A biografia inclui um grande número de fontes, desde algumas mais famosas, como Nataly Mega, a Nathy, colega de classe de Felipe na escola, que, coincidentemente, se casaria com o humorista Fábio Porchat, até outras mais anônimas, que, de alguma forma, atravessaram o caminho da jovem celebridade. 

Para o autor, o grande retorno será para o público, que poderá conhecer mais sobre esse personagem tão presente na mídia nacional e também sobre a nova configuração do ambiente midiático, que alça influenciadores a tal patamar de importância. 

“Não fizemos o livro para o Felipe. O atestado dele de que está tudo correto é ótimo, dá mais credibilidade, mas isso não tiraria o mérito do livro caso ele criticasse, como até criticou”, afirma Lima Neto. “Estamos falando de uma pessoa pública, que é fundamental, mal ou bem, acompanhar e saber o que ele faz. É um cara que já tem relevância e terá ainda mais nas próximas eleições. Oferecemos com o livro uma base de fundamentação teórica e de pesquisa para que cada um possa debater com outras pessoas e saber mais sobre esse personagem.”

“Felipe Neto – O influenciador”
.Nelson Lima Neto
.Editora Máquina de Livros (216 págs.)
.R$ 49 (impresso) e R$ 32,90 (e-book), à venda no site


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)