Em comemoração aos 310 anos da fundação da Vila Rica de Ouro Preto, as trocas de conhecimento também vão acontecer no dia 22 de julho, com Wagner Tiso e no dia 28, com Francis Hime. A temporada termina com a apresentação de Zezé Motta, no dia 29 de julho. A iniciativa tem patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e apoio da prefeitura de Ouro Preto.
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“Vi neles um desejo de que a música e a arte possam libertar o homem de alguns aprisionamentos do mundo contemporâneo. Todos eles têm um amor enorme pela música, pela poesia, pela língua portuguesa. O piano do Francis é um piano brasileiríssimo, o Wagner Tiso apresenta um brasileiro que consegue dialogar com o que tem de mais forte na tradição erudita com tudo o que aprendemos com o povo”.
O pesquisador e professor do departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro aponta que os artistas que passam pelo projeto “De Conversa em Conversa” apostam na junção entre a sensibilidade popular com o trabalho do homem intelectual e do artista elaborado.
“Considero um casamento entre a espontaneidade e as manifestações do povo sendo que vejo isso nesse timaço de gêneros diferentes. A Zezé Motta é atriz cantora, uma mulher extraordinária, comprometida com as questões de seu tempo, principalmente em relação à mulher e a mulher negra. Um pessoa presente na luta contra o preconceito racional estrutural na nossa sociedade e contra a misoginia”.
Para o curador, o Evandro Mesquita é o mais pop da segunda temporada. O carioca foi revelado pelo grupo teatral “Asdrúbal trouxe o trombone”, no final dos anos 1970, em que contracenava com gente como Luís Fernando Guimarães, Regina Casé e Patrícia Travassos. De lá saiu para o frontline da banda BLITZ, levando todo o jogo de cena do Asdrúbal para a banda.
Júlio Diniz afirma que também faz parte das entrevistas ampliar a compreensão da trajetória bem-sucedida dos convidados para além da simples conversa usual, mas trazendo contribuições preciosas para o público que poderá contar com dicas dos artistas que conseguiram vencer em uma carreira cada vez mais difícil.
“As trocas técnico-artísticas se darão por meio de sugestões que serão provocadas durante os bate-papos. A intenção é a de contribuir para que, a partir destes encontros, o público possa desmistificar muito da aura que cerca a profissão do artista, oferecendo ainda sugestões preciosas para quem busca se profissionalizar ou mesmo para o público que poderá entender melhor o trabalho árduo que acontece por trás de carreiras bem-sucedidas”.
Apresentações na pandemia
A primeira temporada do “De Conversa em Conversa” iniciou em 2018, terminou em 2019 e contou com a participação de Tony Garrido, Moraes Moreira, Alice Caymmi e Danilo Caymmi com apresentações ao vivo e gratuitas na Casa da Ópera, Teatro Municipal de Ouro Preto.
A escolha do curador para que o projeto fosse realizado na Casa da Ópera se deu pela grandiosidade histórica e representativa para a cultura brasileira que Ouro Preto oferece ao mundo. Com a segunda temporada, o evento não será aberto ao público e as apresentações em estilo live foram gravadas em um estúdio.
Para deixar a apresentação mais próxima do que era antes da pandemia foi feito um trabalho de cenografia inspirado na arquitetura da Casa da Ópera que ficou por conta do artista ouro-pretano Lucas Godoy.
“Foi feito um cenário baseado na Casa da Ópera é o que podemos fazer para driblar a crise e levar um bom trabalho às pessoas. Todos partimos para fazer a segunda temporada com a certeza que de estaríamos imunizados. Eu e todos os convidados já tomamos a segunda dose da vacina, foram feitos o distanciamento espacial de dois metros e a equipe técnica usou máscara”.
A única apresentação da nova temporada que subiu aos palcos da Casa da Ópera foi em 10 de junho com uma das principais referências do movimento musical Clube da Esquina. O músico, compositor, arranjador e cantor Toninho Horta se apresentou em comemoração ao 251 anos da Casa da Ópera.
“A homenagem presencial, sendo o único evento dessa temporada gravado dentro da Casa da Ópera se deu pela grandiosidade do artista mineiro e pela facilidade de realizar o projeto com segurança em relação à COVID-19”.