Na série “Atypical”, da Netflix, Sam Gardner (Keir Gilchrist) é um adolescente como outro qualquer: frequenta a escola, trabalha, namora e tem um grupo de amigos. Apesar disso, o protagonista é diagnosticado com autismo, e por isso tem algumas limitações. O fio condutor da trama, cuja quarta e última temporada estreou neste mês, gira em torno do autoconhecimento.
A abordagem do autismo em séries e filmes não é de hoje. Em 1988, Dustin Hoffman ganhou o Oscar de melhor ator ao dar vida a Raymond no filme “Rain man”. Lançada no mesmo ano de “Atypical”, a série “The good doctor” conquistou fãs com a história do cirurgião autista Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore).
As produções, no entanto, trazem personagens masculinos representados por atores neurotípicos, ou seja, fora do espectro do autista. No caso de “Atypical”, a criadora da série, Robia Rashid, diz que inserir pessoas com autismo na série sempre foi uma preocupação. "Aquilo de que mais me orgulho do nosso programa é como destacamos as histórias de pessoas do espectro, ao mesmo tempo em que as empregamos, dentro e fora das câmeras", diz.
A diversidade é vista principalmente a partir da segunda temporada, quando Sam opta por uma faculdade de arte e faz amizade com um grupo de adolescentes autistas, representados por atores diagnosticados com TEA (transtorno do espectro autista).
GUIA
Na quarta temporada, o grupo ganha ainda mais importância. Especialmente a colega Sid, interpretada pela atriz diagnosticada com TEA Tal Anderson. É ela quem ajuda o amigo a alcançar uma meta imposta nos primeiros episódios da temporada, mas que só tem resultado no episódio final.
O acontecimento guia todos os 10 episódios e faz com que a independência de Sam seja ainda mais explorada. Essa autonomia passa, obrigatoriamente, pela questão da proteção parental. Elza (Jennifer Jason Leigh), mãe de Sam, é superprotetora e faz o seu melhor para garantir a plena segurança do filho. A série sempre explorou bem a relação, mas é somente na quarta temporada que vemos Elza, pela primeira vez, confiar na capacidade do filho.
“ATYPICAL”
As quatro temporadas da série, com 38 episódios, estão disponíveis na Netflix