Depois de quase duas semanas de salas reabertas, mas com as sessões dedicadas exclusivamente à produção comercial, o cinema autoral volta ao cartaz em Belo Horizonte. Nesta sexta (16/07), reabrem três das quatro salas do Cine Ponteio e o Cine Humberto Mauro. A reabertura, neste momento, é paulatina. O Ponteio não funcionará às segundas e quartas. Já a sala do Palácio das Artes funcionará de terça a domingo – todos os espaços, obviamente, com capacidade reduzida.
Outros dois filmes inéditos na cidade no mesmo complexo são franceses. Dirigido por Claude Lelouch, “Os melhores anos de uma vida” retoma, 50 anos depois, os personagens do clássico “Um homem, uma mulher” (1966), Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) e Anne Gauthier (Anouk Aimée). Nos dias atuais, o ex-piloto de corridas parece perdido nos caminhos de sua memória. Para ajudá-lo, seu filho procura a mulher que seu pai não foi capaz de manter, mas sobre quem ele fala constantemente.
A outra atração é “A boa esposa”, de Martin Provost, protagonizado por Juliette Binoche. Ela é Paulette van Der Beck, que, ao lado do marido, dirige no final dos anos 1960 uma escola que treina adolescentes para se tornarem donas de casa perfeitas. Com a morte dele, a viúva descobre que está à beira da falência e começa, com suas alunas, a questionar suas crenças, em meio aos protestos de maio de 1968.
RETROSPECTIVA
Fechado desde março de 2020, o Cine Humberto Mauro, que em outubro completa 43 anos, reabre com mostra dedicada à atriz Joan Crawford (1904-1977). Até 5 de agosto serão exibidos, gratuitamente, 17 filmes de sua trajetória. A retrospectiva faz um apanhado de diversas fases de sua carreira.
Dos anos 1920, quando a atriz interpretava dançarinas conhecidas como “melindrosas”, destaca-se “O monstro do circo” (1927), produção dos últimos momentos do período do cinema silencioso. Com a Depressão de 1929 e a chegada do cinema falado, o foco também muda. Crawford passa a atuar em papéis de fácil identificação com a plateia. Um dos sucessos do período é “Possuída” (1931), em que contracena com Clark Gable – ela é uma operária que se torna amante de um rico advogado.
“Alma e suplício” (1945) lhe garantiu o Oscar de melhor atriz. Já “O que terá acontecido a Baby Jane?” (1962), considerado o último grande filme de Crawford, explicita as tensões (para dizer o mínimo) com sua maior rival, Bette Davis – conflito que foi contado de forma ficcional na recente série “Feud” (2017). A programação completa está disponível nos sites
cineart.com.br
e
fcs.mg.gov.br
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