A 53ª edição do Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que começa na sexta-feira (23/7), terá temática inspirada na Semana de Arte Moderna de 1922. Na programação, discussões sobre questões urgentes no Brasil, como a democracia. A agenda vai até 31 de julho, com a participação de pensadores, escritores e artistas.
O tema oficial é Escuta e vozes dos Brasis e tem como objetivo trazer reflexões sobre o Brasil contemporâneo em conversas, palestras, oficinas, espetáculos de teatro, música e exposições virtuais.
Além disso, visa explorar e investigar o Modernismo em sua complexidade, refletindo seus paradoxos e contradições.
Além disso, visa explorar e investigar o Modernismo em sua complexidade, refletindo seus paradoxos e contradições.
A curadoria é dividida entre a Diretoria de Ação Cultural (DAC) e o projeto MinasMundo.
O Festival de Inverno da UFMG teve sua primeira edição em 1967. Segundo a reitora da universidade, Sandra Regina Goulart, ele contribui para a reflexão sobre os destinos da arte e da cultura em Minas Gerais.
“O Brasil é cheio de contradições e impasses, e sua riqueza cultural é talvez o nosso maior trunfo e fonte inesgotável de esperança em um futuro melhor”, comenta.
“O Brasil é cheio de contradições e impasses, e sua riqueza cultural é talvez o nosso maior trunfo e fonte inesgotável de esperança em um futuro melhor”, comenta.
A reitora enfatiza o caráter desafiador da escolha do tema: “Debater os rumos do país à luz da Semana de 22, evento tão associado à nossa identidade, é um desafio intelectual que muito nos estimula".
"É um desafio intelectual que muito nos estimula"
Sandra Regina Goulart, reitora da UFMG
Para o professor e organizador do evento, Fernando Mencarelli, o Festival resgata o Modernismo com foco nas tensões contemporâneas do Brasil.
Ele aposta na necessidade de escutar aqueles que defendem a democracia, a justiça social e a necessária transformação do país, baseada em novos valores e pactos, na busca por outras poéticas, políticas, economias e sociabilidades.
Ele aposta na necessidade de escutar aqueles que defendem a democracia, a justiça social e a necessária transformação do país, baseada em novos valores e pactos, na busca por outras poéticas, políticas, economias e sociabilidades.
“Há debates urgentes e muita coisa em disputa neste momento em que emergem pautas ditadas pelo neoconservadorismo e pelo autoritarismo. A UFMG quer participar ativamente desse debate”, compartilha o professor.
Diversidade na programação
A organização prevê debates que abordam temas como pluralidade, subversão epistêmica, insurgências poéticas, processos criativos decoloniais e cinema indígena.
As discussões sobre o Modernismo e seus desdobramentos estarão presentes em rodas de conversa, palestras, apresentações artísticas sobre memória, cosmopolitismo, cultura oral, literatura e música popular.
O evento receberá intelectuais negros e indígenas, que irão compartilhar suas experiências afetivas, coletivas e pessoais.
Os curadores do festival esperam, ainda, outros participantes das áreas das artes e da literatura.
Os curadores do festival esperam, ainda, outros participantes das áreas das artes e da literatura.
Pautas relacionadas a identidades, religiosidade, relações sociopolíticas e de gênero serão marca registrada desta edição, que já tem nomes confirmados como Silviano Santiago, Arnaldo Antunes e Toninho Horta.
Além da participação de pesquisadores, como Lucia Castello Branco e Mauro Rodrigues.
Estarão presentes também o grupo paulista A Barca e mestres do congado mineiro.
O participante poderá assistir aos shows de Titane e Makely Ka, que marcarão presença.
O participante poderá assistir aos shows de Titane e Makely Ka, que marcarão presença.
O Festival de Inverno será transmitido pelo canal da Diretoria de Ação Cultural (DAC) no YouTube. Toda a programação é gratuita.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina