É com dois cartões de visita em mãos que o cantor, compositor e escritor Pedro Santos se apresenta na cena artística de BH. Nesta sexta-feira (30/07), ele lança seu primeiro álbum em carreira solo, o autoral “Feliz cidade”, e também seu primeiro livro de poesia, “O cavaleiro de copas” (Urutau).
Ao longo de 14 faixas, Pedro percorre um itinerário subjetivo em seu primeiro disco, conforme ele mesmo aponta. A partir de dois motes – a busca pela felicidade e as paisagens sonoras de Belo Horizonte –, o artista revela um pouco de si e da sua história, em termos de temática, explorando sonoridades diversas, com explícita influência do Clube da Esquina.
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“É um disco heterogêneo, as canções passam por diversos gêneros. Isso foi intencional, tem a ver com os lugares onde vivi, sou do bairro Floresta, moro hoje no bairro Santa Tereza e por isso tem a referência explícita ao Clube da Esquina”, destaca.
“Feliz cidade” marca a estreia solo de Pedro, mas sua carreira musical coleciona parcerias há mais de uma década. De 2009 a 2014, trabalhou como violonista e vocal de apoio na banda do violeiro Ilton Mourão; de 2013 a 2015, fez parte da equipe terapêutica do Hospital André Luiz como músico prático; de 2012 a 2016, foi violonista e compositor no Projeto Alpercata, grupo com o qual lançou o disco “Vela aberta” (2016); de 2018 a 2019, o artista integrou o grupo Trimera, de MPB.
Essa trajetória se reflete no repertório de “Feliz cidade”, já que todas as músicas foram feitas há mais de cinco anos. “A maioria das músicas data de antes de 2015, quando comecei a ter o desejo de fazer um disco próprio. As composições são fruto de minhas imersões em trabalhos diversos que realizei até aquela época”, conta.
Pedro ressalva que seguiu compondo depois de 2015 – e mantém até hoje a verve criativa –, mas está guardando esse material para um lançamento futuro. “Feliz cidade” estava pronto há mais tempo, mas os planos de lançamento foram afetados pela chegada da COVID-19.
“O disco ia sair justamente quando chegou a pandemia. A gente não sabia até quando ela ia durar ou quando eu poderia fazer o lançamento num contexto mais tranquilo. Quando vi que a situação poderia se estender, pensei em lançar virtualmente mesmo, nas plataformas, para que as pessoas tivessem acesso. Não quis esperar mais”, diz.
LITERATURA
Com relação ao livro, Pedro conta que a poesia surgiu em sua vida quando tinha por volta dos 20 anos – hoje ele está com 31 –, ao tomar contato com a produção de Adélia Prado, Paulo Leminski, Manuel Bandeira, Manoel de Barros e Ferreira Gullar.
“Na época, se tratava de uma atividade despretensiosa. Essa é a primeira vez que me assumo como poeta perante o público”, revela. “Entendo esse livro como uma espécie de pesquisa amorosa. 'O cavaleiro de copas' é uma carta de tarô que tem a ver com o homem idealista, que acredita no amor e enfrenta tudo para poder frutificar esse amor. Quis criar uma alegoria desse cavaleiro para que ele pudesse passar por sentimentos, emoções, sensações”, acrescenta.
O compositor e poeta ressalta que o duplo lançamento atende a sua própria satisfação estética. “Sinto que preciso transitar entre as duas áreas, pois há coisas que só um músico diz e outras que só um poeta concebe. Meu fascínio com o tempo, seja o tempo das palavras, seja o tempo das notas musicais, é um dos pontos de convergência entre a minha produção musical e a poesia”, conclui.
“O CAVALEIRO DE COPAS”
.Livro de poesia de Pedro Santos
.Editora Urutau
.52 páginas
.R$ 40
.Venda on-line no site da editora e pedrohenriquesantosabreu@gmail.com
“FELIZ CIDADE”
.Disco de Pedro Santos
.14 faixas
.Independente
.Disponível nas plataformas digitais