Aberto na sexta-feira (13/08) com “A suspeita”, filme produzido e interpretado por Glória Pires, o Festival de Gramado adota novamente o formato on-line. Devido à pandemia, o tradicional evento na serra gaúcha teve de dispensar a badalação e o tapete vermelho. Fica tudo para o próximo ano.
A 49ª edição de Gramado, que será encerrada em 21 de agosto, é virtual e híbrida, com transmissão de filmes no Canal Brasil e na plataforma de streaming Globoplay.
Em “A suspeita”, filme dirigido por Pedro Peregrino, Glória Pires contracena com elenco de peso, capitaneado por Gustavo Machado, Genézio de Barros e Bukassa Kabengele. A atriz interpreta Lúcia, comissária da área de inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
LUIZ EDUARDO
A policial se transforma em principal suspeita do crime que busca esclarecer. O argumento é assinado pelo sociólogo Luiz Eduardo Soares, um dos maiores especialistas do país em segurança pública, que também participou da equipe do blockbuster “Tropa de elite” (2007), dirigido por José Padilha.
Outra atração entre os concorrentes é “Homem Onça”, tanto pelo diretor, o ótimo Vinícius Reis, quanto pelo intérprete, o superlativo Chico Diaz, que interpreta um executivo atingido em sua carreira pela privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Livremente inspirada no conto de Guimarães Rosa “Meu tio iauaretê”, a trama remete à narrativa fantástica.
Em “O novelo”, a diretora Claudia Pinheiro conta a história de cinco irmãos órfãos cuidados pelo mais velho. Um homem, agonizante na UTI, pode (ou não) ser o pai desconhecido de todos eles. No elenco estão Rocco Pitanga, Nando Cunha e André Ramiro, entre outros.
“Álbum de família”, filme de Daniel Belmonte, evoca a dramaturgia de Nelson Rodrigues, reunindo Renata Sorrah, Lázaro Ramos, Tonico Pereira e Otávio Muller para discutir o teatro, o imaginário e a arte da representação.
Outra atração de Gramado é “A primeira morte de Joana”, filme de Cristiane Oliveira, talento jovem do Rio Grande do Sul. A personagem-título, vivida por Letícia Kacperski, é uma pré-adolescente que conversa com a avó sobre a experiência amorosa. No diálogo, alguns segredos familiares vêm à tona.
Matheus Nachtergaele protagoniza “Carro-Rei”, de Renata Pinheiro. Uma espécie de ficção científica do Terceiro Mundo, conta a história do rapaz que consegue se comunicar com automóveis. Nachtergaele vive o mecânico especialista em fazer de “latas-velhas” carros ultramodernos, capazes de realizar coisas inimagináveis.
MUTARELLI
“Jesus Kid”, dirigido pelo baiano radicado no Paraná Aly Muritiba, é adaptação da obra de Lourenço Mutarelli. O personagem-título, a cargo do ator Sérgio Marone, é um escritor em crise de vendas que recebe oferta para escrever um roteiro de cinema.
“Há filmes da pandemia, já feitos durante a crise sanitária, como 'Álbum de família'”, explicou o crítico Marcos Santuário, curador do festival. Os longas são inéditos no Brasil e alguns já passaram por festivais internacionais de prestígio, como “Carro-Rei”, exibido no Festival de Roterdã, na Holanda.
Entre os concorrentes estrangeiros, que, segundo o curador, “expressam a diversidade estética do cinema da América Latina”, estão “Gran Avenida”, de Moisés Sepúlveda (Chile); “Pseudo”, de Gory Patinho e Luis Reneo (Bolívia); “La teoría de los vidrios rotos”, de Diego Fernández Pujol (Uruguai); e “Planta permanente”, de Ezequiel Radusky (Argentina). (Agência Estado)
49º FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO
Até 21 de agosto. Informações: www.festivaldegramado.net