Artista visual, jornalista, diretora de TV e colecionadora de imagens, oráculos e palavras, como ela mesma se define, Duda Las Casas agora debuta como poeta, com o lançamento do livro “Viseiras” pela editora carioca 7Letras.
Na quarta-feira (25/08) e em 12 de setembro, a autora mineira radicada em Portugal promove bate-papo, às 19h, no Instagram, para conversar sobre sua criação poética, seu trabalho no audiovisual, memes, música, jornalismo e a vida longe do Brasil.
VIRTUAL
“Vim para Lisboa fazer o curso 'Artes da escrita', e acabou que resolvi ficar mais tempo. Aproveitei para fazer mestrado. No mês passado, estive em BH, achei que o livro ia estar pronto, mas não. Daí pensei em fazer pelo menos alguma coisa virtual, duas lives para as quais convidei outros poetas”, diz.
“Vim para Lisboa fazer o curso 'Artes da escrita', e acabou que resolvi ficar mais tempo. Aproveitei para fazer mestrado. No mês passado, estive em BH, achei que o livro ia estar pronto, mas não. Daí pensei em fazer pelo menos alguma coisa virtual, duas lives para as quais convidei outros poetas”, diz.
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Série 'Leituras críticas importam' quer estourar a bolha da ignorânciaCom livro de poesias inédito, artesão de 76 anos é tema de sarau literárioLivros de Jarid Arraes e Natália Polesso dialogam com a angústia pandêmicaDuda começou a escrever os poemas de “Viseira” há sete anos, sem a menor perspectiva de que poderiam ser reunidos em livro. Esses escritos, destaca, se relacionam muito com o que ela vê à sua volta e têm estreita relação com a música e as artes visuais – linguagem que ela estudou durante uma estada no Rio de Janeiro.
“Quando comecei a escrever, ia guardando tudo, mas falava: ‘Gente, não sei se é um diário, se são anotações ou o quê’. Tenho isso de sair registrando, fotografando, guardando palavras, colecionando imagens que vão aparecendo pelo caminho”, diz.
Quem ajudou Duda a pôr ordem no emaranhado de palavras e textos foi o poeta Carlito Azevedo, de cujas oficinas ela participou no Rio de Janeiro. Carlito foi o grande incentivador para que ela continuasse a escrever. “A partir desse incentivo, virou meio que uma obsessão. Acordava de noite porque me vinham palavras e tinha de escrever para não perdê-las. Tenho esse processo de escrever na hora, por medo de perder a ideia”, diz.
Há alguns meses, um poema de Duda foi incluído na coletânea “Volta para tua terra”, lançada pela Editora Urutau, que reúne textos de imigrantes.
Ela também tem guardado um “livrinho underground” chamado “Cheio de fome” – expressão que, em Portugal, equivale ao “morrendo de fome” no Brasil.
“É uma coisa que nem me preocupei em divulgar. Eu mesma imprimi, mas acho que é outra forma da minha escrita, algo mais corporal. Fui muito influenciada pela Hilda Hilst. Comecei a ler poesia com Ferreira Gullar e depois veio Hilda, a quem me tornei muito ligada não só pelos poemas, mas pela vida. Ela dizia muito do lugar das mulheres na escrita, o quanto era difícil as mulheres furarem um certo bloqueio, porque o mundo das artes ainda é muito masculino”, comenta.
Duda Las Casas diz que “Cheia de fome” é uma provocação, assim como “O caderno rosa de Lori Lamby”, de Hilda Hilst. “São coisas que talvez eu nem tivesse coragem de publicar, são mais corporais mesmo”, conclui.
“VISEIRA”
.De Duda Las Casas
.7Letras
.90 páginas
.R$ 45
.Lançamento no Instagram (@dudanaotemduvida) na quarta-feira (25/08) e em 12 de setembro,
às 19h