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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Professora Maria de Lourdes Gouveia, de 84 anos, brilha em série no YouTube

Em 'Debruçada no riacho', a pernambucana discípula de Paulo Freire conversa sobre vida, morte e pandemia com a psicanalista Érica Toledo


23/08/2021 04:00 - atualizado 23/08/2021 07:31

Maria de Lourdes Gouveia e Érica Toledo gravaram em Glaura, distrito de Ouro Preto
Maria de Lourdes Gouveia e Érica Toledo gravaram em Glaura, distrito de Ouro Preto (foto: ÉLCIO PARAÍSO/DIVULGAÇÃO)
Pernambucana de Garanhuns, a professora aposentada do Departamento de Filosofia e Teologia da PUC Minas Maria de Lourdes Gouveia , de 84 anos, sempre gostou de citar seu conterrâneo, o recifense Manuel Bandeira (1886-1968). “Passa boi/ Passa boiada/ Passa galho/ Da ingazeira/ Debruçada/ No riacho”, versos de “Trem de ferro”, ficaram na cabeça da jornalista e psicanalista Érica Toledo, de 45, desde que os ouviu pela primeira vez na voz de Maria de Lourdes.

Aluna da professora no programa Filosofia e cinema, que Maria de Lourdes ministra há quase 20 anos em Belo Horizonte analisando grandes filmes, Érica acabou se aproximando dela. “Toda vez que a encontrava, a sensação que tinha de apreender com sua sabedoria era grande. Quanta lucidez em uma pessoa, e não só de conhecimento acadêmico, mas de sua história de vida”, comenta Érica.

CONHECIMENTO

Foi dessa vontade de registrar uma vida dedicada a quem “realmente compartilha o conhecimento” que nasceu a websérie “ Debruçada no riacho ”. Com o primeiro episódio já disponível no  canal homônimo do YouTube , a produção traz oito episódios.

Apresentada e dirigida pela própria Érica Toledo, em parceria com Liliane Pelegrini, da Bendita Conteúdo e Imagem, a série reúne as duas mulheres conversando sobre questões universais: morte , tempo , memória, amor, desejo, felicidade, feminino e, invariavelmente, a pandemia .

O projeto seguiu ao pé da letra os versos de Bandeira. Maria de Lourdes e Érica gravaram nas proximidades de um riacho em Glaura, distrito de Ouro Preto. “Porque no meio da corredeira tem sempre alguma coisa que para. Então, no meio da correria em que vivemos, fazemos uma pausa”, comenta a jornalista.

Aluna de Paulo Freire (1921-1997), Maria de Lourdes chegou com 20 e poucos anos a Belo Horizonte. Foi enviada pelo próprio filósofo e educador para trabalhar em um projeto que coordenava. “A ideia era sempre a de distribuir conhecimento e mostrar que ele está na vida cotidiana, e não somente na vida acadêmica”, continua Érica.

No primeiro episódio, entrevistadora e entrevistada conversam sobre o tempo e a morte. É também com Bandeira, no poema “Desencanto” (“Fecha o meu livro, se por agora/ Não tens motivo nenhum de pranto”), que Maria de Lourdes encerra o encontro.

MEMÓRIA 

Em BH, a professora se estabeleceu e criou a família. Também sobre a cidade criou a série “A matéria da memória”, publicando volumes sobre o Palácio da Liberdade, Cemitério do Bonfim, Praça da Liberdade, Mercado Central e o Bairro da Lagoinha.

A websérie é o primeiro dos projetos que a jornalista criou em torno da personagem. Em parceria com a Editora Pomar de Ideias será produzido o livro “Debruçada no riacho”, que vai reunir, além das ideias de Maria de Lourdes, fotos de Élcio Paraíso.

O terceiro produto é um documentário sobre a trajetória da professora. A entrevista que vai conduzir o longa-metragem já foi realizada em Belo Horizonte.

“DEBRUÇADAS NO RIACHO”

Websérie em oito episódios. Lançamentos quinzenais no canal do YouTube Debruçadas no riacho . O primeiro episódio está disponível. O segundo será lançado em 30/08.


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