“Tanto mar entre nós: Diásporas” (Kotter) é a segunda antologia de autores lusófonos organizada pelo poeta Baltazar Gonçalves. No primeiro volume (2020), ele reuniu textos de 15 escritores – somente um angolano entre os demais, brasileiros. Nesse novo livro, que já está em pré-venda, a seleção é mais abrangente, com 39 nomes. São 16 brasileiros,
15 angolanos, dois moçambicanos e seis portugueses.
De acordo com o organizador, a primeira antologia ampliou sua conexão com autores de outros países. “Cheguei até Martinho Gamboa, de Luanda, que trouxe novos e importantes nomes de África para essa rede que construo em torno da literatura independente”, afirma.
Gonçalves espera que no terceiro volume consiga incluir trabalhos de escritores de Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Guiné Equatorial. Dessa maneira, explica, poderia “refazer o caminho inverso da colonização portuguesa do século 16”.
O novo livro homenageia três autores: a brasileira Carolina Maria de Jesus, o português José Saramago e o angolano Agostinho Neto.
“Baluartes da resistência frente às desigualdades e opressões, eles continuam a nos inspirar na luta contra a segregação racial e de classe perpetrada contra países, etnias e comunidades ao redor do mundo. O quarto pilar dessa ponte ergue-se do Índico, é a poesia moçambicana a sinalizar outros mares a navegar até Macau”, afirma Gonçalves.
Na orelha de “Diásporas”, o escritor Carlos de Assumpção apresenta o poema “Racismo à brasileira”, em que chama a atenção não só para a promoção das conexões lusófonas, como também para questões que “ainda separam escritores negros e brancos”.
“TANTO MAR ENTRE NÓS: DIÁSPORAS”
• Organização de Baltazar Gonçalves
• Editora Kotter
• 316 páginas
• R$ 50
• Pré-venda no site kotter.com.br