Jornal Estado de Minas

CINEMA

Festival de Veneza constrói 'muro' no tapete vermelho


Com a mescla de grandes produções americanas, filmes autorais e estrelas, a 78ª edição do Festival de Veneza começa nesta quarta-feira (1º/09) e tenta recuperar o esplendor, após o período mais severo da crise provocada pela COVID-19.





O festival de cinema mais antigo do mundo, que no ano passado decidiu manter sua edição, mesmo no contexto da pandemia do novo coronavírus, seguirá este ano o mesmo esquema de segurança, com medidas sanitárias rígidas, locais reservados e uso de máscaras, além da exigência do passaporte sanitário.

Graças à campanha de vacinação, retornam os diretores de todo o mundo e, em particular, os estúdios de Hollywood, os grandes ausentes de 2020, que há vários anos usam Veneza como trampolim para a corrida do Oscar.

ASTROS

Também estão de volta os astros e estrelas, incluindo Kristen Stewart, Matt Damon, Penélope Cruz, Antonio Banderas, Benedict Cumberbatch, Willem Dafoe, Jamie Lee Curtis, Tim Roth, Adam Driver, Olivia Colman, Dakota Johnson, entre outros. 

Como no ano passado, um "muro" protegerá o tapete vermelho para evitar a presença de multidões de fãs e caçadores de autógrafos, mas não faltarão os fotógrafos e as câmeras de televisão.





"A qualidade dos filmes deste ano é superior à habitual, como se a pandemia tivesse estimulado a criatividade", afirmou o diretor da Mostra, o crítico italiano Alberto Barbera.

O festival exibirá filmes de 59 países, incluindo 21 na disputa pelo cobiçado Leão de Ouro.

Nomes consagrados do cinema, entre eles o espanhol Pedro Almodóvar, a neozelandesa Jane Campion, o italiano Paolo Sorrentino e o chileno Pablo Larraín, estão na mostra oficial.

''Dune'', do canadense Dennis Villeneuve, também será exibido pela primeira vez no festival italiano (foto: Warner Bros./Divulgação)

EMOÇÕES

O festival começará com o longa-metragem mais recente do espanhol Pedro Almodóvar, "Madres paralelas", um filme que "emocionará muito", segundo declarou o diretor ao jornal La Repubblica.

"É um filme sobre a identidade", disse o cineasta, que compete pelo Leão de Ouro depois de ter recebido em 2019 o Leão de Ouro honorário. O fime "fala de uma verdade pessoal e de uma verdade histórica. De ancestrais e descendentes. No centro, o dilema moral de uma mulher que quer encontrar o corpo do bisavô, assassinado pelos franquistas durante a Guerra Civil (1936-1939), mas, ao mesmo tempo, enfrenta um segredo íntimo incômodo", resumiu Almodóvar.





A gigante do streaming Netflix entra com força na disputa pelo prêmio máximo de Veneza, que já conquistou com "Roma", em 2018, do mexicano Alfonso Cuarón.

Ao contrário do Festival de Cannes, Veneza receberá os aguardados filmes de dois importantes diretores produzidos pela Netflix: "E’ stata la mano di Dio", do italiano Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de filme estrangeiro por "A grande beleza" (2013); e "The Power of the Dog", da neozelandesa Jane Campion, Palma de Ouro em Cannes com "O piano" (1993).

Esta é a primeira vez que o diretor italiano, que já participou várias vezes de Cannes, disputa o festival mais importante de seu país. 

Sorrentino se inspira no famoso gol de mão do argentino Diego Armando Maradona contra a Inglaterra, na Copa do Mundo de 1986, para narrar um drama pessoal, íntimo e doloroso. Seu ator fetiche, Toni Servillo, protagoniza o filme.

A americana Maggie Gyllenhaal estreará em Veneza como diretora com "The lost daughter", e seu compatriota Paul Schrader apresentará o thriller "The card counter".

Fora da competição, um dos filmes mais aguardados do ano, a adaptação de "Dune" (Warner Bros) dirigida pelo canadense Denis Villeneuve, será exibido em Veneza, mesma situação de "The last duel" (Disney), do diretor Ridley Scott, com Matt Damon e Ben Affleck, o que confirma a excelente relação de Veneza com os grandes estúdios.





O Leão de Ouro honorário será entregue ao cineasta e ator italiano Roberto Benigni, diretor de "A vida é bela" (1997), e à atriz americana Jamie Lee Curtis. 

O diretor sul-coreano Bong Joon-ho – aclamado por "Parasita" (2019) – presidirá o júri internacional, que anunciará os vencedores do festival em 11 de setembro. (France Presse)


A DISPUTA PELO LEÃO

Confira os 21 títulos da competição do Festival de Veneza 2021

• “Madres paralelas”, de Pedro Almodóvar (Espanha)
• “Mona Lisa and the blood moon”, de Ana Lily Amirpour (Estados Unidos)
• “Un autre monde”, de Stéphane Brizé (França)
• “The power of the dog”, de Jane Campion (Nova Zelândia/Austrália) 
• “America Latina”, de Fabio d’Innocenzo e Damiano d’Innocenzo (Itália/França)
• “L’événement”, de Audrey Diwan (França)
• “Competencia oficial”, de Gastón Duprat (Espanha/Argentina)
• “Il Buco”, de Michelangelo Frammartino (Itália/França/Alemanha)
• “Sundown”, de Michel Franco (México/França/Suécia)
• “Illusions perdues”, de Xavier Giannoli (França)
• “The lost daughter”, de Maggie Gyllenhaal (Grécia/Estados Unidos/Reino Unido/Israel)
• “Spencer”, de Pablo Larraín (Alemanha/Reino Unido)
• “Freaks out”, de Gabriele Mainetti (Itália/Bélgica)
• “Qui rido Io”, de Mario Martone (Itália/Espanha)
• “On the job: The missing 8”, de Erik Matti (Filipinas)
• “Leave no traces”, de Jan P. Matuszynski (Polônia/França/República Tcheca)
• “Captain Volkonogov escaped”, de Natasha Merkulova e Aleksey Chupov (Rússia/Estônia/França)
• “The card counter”, de Paul Schrader (Estados Unidos/Reino Unido/China)
• “The hand of God”, de Paolo Sorrentino (Itália)
• “Reflection”, de Valentin Vasyanovych (Ucrânia)
• “La caja”, de Lorenzo Vigas (México/Estados Unidos)

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