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Estado de Minas ARTES PLÁSTICAS

Artista faz vaquinha on-line para expor obras em bienal de arte na Itália

Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença é considerada uma das mais importantes do mundo; de Mariana, Deivison Silvestre é o único negro escolhido


03/09/2021 21:23 - atualizado 03/09/2021 22:13

O artista marianense Deivison Silvestre precisa de ajuda para representar Minas na XIII Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, na Itália
O artista marianense Deivison Silvestre precisa de ajuda para representar Minas na XIII Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, na Itália (foto: Divulgação/Asante)
Único artista mineiro selecionado para participar da XIII Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, na Itália, Deivison Silvestre, de Mariana, corre o risco de não expor suas obras por falta de recursos. E resolveu fazer uma vaquinha on-line para conseguir o dinheiro (veja como contribuir abaixo). 
Com formação em filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o artista de 32 anos será o único negro a expor suas obras no eventos, caso consiga arrecadar os R$ 70 mil necessários.
 
“Ser o único artista negro representa um passo significativo na história das artes visuais, onde percebemos poucas pessoas negras evidenciadas pela história. Minha arte é um retrato das relações humanas, trazendo à luz do discurso questões sociais como desigualdade, preconceito e miséria”.
Deivison Silvestre:
Deivison Silvestre: "Ser o único artista negro representa um passo significativo na história das artes visuais, onde percebemos poucas pessoas negras evidenciadas pela história" (foto: Divulgação/Asante)
A ida do artista tem um valor considerado alto porque além dos custos com sua passagem e hospedagem, ele também tem que arcar com os valores do envio de três obras
A ida do artista tem um valor considerado alto porque além dos custos com sua passagem e hospedagem, ele também tem que arcar com os valores do envio de três obras (foto: Divulgação/Asante)
Autodidata, o artista reconhece que o convívio com Mariana, celeiro da arte mineira, aliado às questões humanas formaram um ambiente que contribui para a criação das obras.

A partir da união dos conceitos artísticos à filosofia, Deivison criou o seu próprio estilo de arte. Chamado de simiosofia, o seu trabalho é resultado de divagações filosóficas codificadas em narrativas sobre as relações psicossociais.
 
“As minhas experiências cravam na minha consciência muito do que sou ou penso ser, considerando a estética barroca que sempre me inspirou ao caminho das artes, a atmosfera religiosa, o convívio com poetas e proximidade de grandes artistas. Toda essa experiência abstraída desde a infância foi o "combustível" que me manteve no caminho das artes visuais”.
 
Um caminho nem sempre fácil. Segundo o artista, em 2019 foi convidado para a mesma exposição e não pôde enviar as obras e nem comparecer por falta de patrocínio. A ida do pintor tem um valor considerado alto porque além dos custos com sua passagem e hospedagem, ele também tem que arcar com os valores do envio de três obras.
 
“A vaquinha on-line, realizada na plataforma Benfeitoria, possui três metas. A primeira é referente à parte do transporte das obras criadas, exclusivamente, para a XIII Bienal de Florença, no valor de R$ 5 mil; a segunda meta é de R$ 15 mil, para finalizar o envio das obras e a documentação; e a terceira meta é de R$ 50 mil para poder estar presente no evento e conseguir representar Minas Gerais”.  Para ajudar, basta entrar no site e fazer a doação .

Questões sociais são marcantes na obra de Deivison Silvestre
Questões sociais são marcantes na obra de Deivison Silvestre (foto: Divulgação/Asante)

Artista cobra políticas públicas para a cultura 

Atualmente, o marianense tem a produtora cultural Asante como peça fundamental no gerenciamento da carreira artística, mapeando o público e permitindo que um número maior de pessoas tenha acesso ao trabalho dele.

Mas o artista observa que a arte ainda tem papel secundário no país e vê a necessidade de políticas públicas que possibilitem que as criações brasileiras sejam apreciadas nos quatro cantos do planeta.
 
"É preciso que o poder público e a iniciativa privada consigam olhar para a arte e cultura como uma ferramenta de transformação e também como um grande fomento da economia do país. O interior, por exemplo, produz muita arte e precisa ser reconhecido e valorizado. É necessário pensar em políticas públicas culturais, criar estratégias de capacitação, e é muito importante que sejam feitas as conexões para que possa materializar".
 


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