O álbum é de Lady Gaga, mas, para os brasileiros, a grande estrela dele é Pabllo Vittar. A drag queen é uma das artistas convidadas de "Dawn of Chromatica", disco que a norte-americana lançou na sexta-feira (3/09), com remixes das músicas de "Chromatica", seu mais recente trabalho de estúdio, lançado em maio de 2020.
Leia Mais
Pabllo Vittar quer dar energia ao Brasil com o seu 'Batidão tropical'Lady Gaga coloca o mundo pra dançar enquanto ele acabaCover vira tendência em 2021. Lady Gaga, Metallica e Miley Cirus aderiramDiretor brasileiro conta que negou trabalho com Lady Gaga: 'Achei ela feia''Sal': Pedro Sampaio comemora parceria com Pabllo VittarDrag queen brasileira é confundida com Lady Gaga no show da cantoraPabllo Vittar acusa YouTube de censuraCoachella abre a temporada de 'alto risco' dos megafestivais de músicaLady Gaga e Tony Bennett esbanjam talento em 'Love for sale'O resultado é divertido e conversa com "Batidão tropical", disco que Pabllo lançou em junho passado, dedicado ao tecnobrega e ao forró. Em razão da letra em inglês, a gravação soa como uma daquelas versões forró de músicas internacionais que se encontram aos montes no YouTube.
DUETO
Vale destacar que Pabllo Vittar não só empresta o ritmo tipicamente brasileiro para a faixa, como também canta nela. A partir de agora, a cantora e drag pode adicionar no currículo que tem, sim, um dueto com Lady Gaga.
Ao todo, "Dawn of Chromatica" conta com a participação de 22 artistas, entre cantores e produtores, presentes em 14 faixas. Conhecidos como "little monsters" (monstrinhos, em tradução livre), os fãs de Lady Gaga tiveram um papel decisivo na escolha dos convidados.
Em abril de 2021, enquanto Gaga estava na Itália gravando o ainda inédito filme "House of Gucci", de Ridley Scott, o produtor de "Chromatica", Michael Tucker, conhecido pelo nome artístico BloodPop, usou o Twitter para perguntar aos fãs da cantora quais artistas eles gostariam de ver no álbum de remixes.
O nome de Pabllo Vittar foi um dos mais mencionados, ao lado de Charli XCX, Rina Sawayana, Arca, Shygirl, Dorian Electra e Bree Runaway. Todos esses ganharam a oportunidade de trabalhar em uma das músicas do disco, conforme suas próprias estéticas e visões artísticas.
EXPERIMENTAL
A britânica Charli XCX se uniu ao produtor A. G. Cook, fundador do selo PC Music, para um remix elaborado da música "911" que inclui versos inéditos e uma abordagem experimental do pop eletrônico.
Já a nipo-britânica Rina Sawayama contou com a ajuda de seu parceiro musical Clerence Clarity para a nova versão de "Free woman". O remix fez com que a música soasse como uma das faixas de "Sawayama" (2020), segundo disco da cantora, compositora e modelo.
A artista venezuelana Arca, conhecida por colaborações com Björk e Kanye West, ficou a cargo do remix de "Rain on me", música que Lady Gaga divide com Ariana Grande.
"Sour candy", com o grupo de k-pop Blackpink, ganhou versos da rapper Shygirl e produção do francês Mura Masa. A cantora e compositora norte-americana Dorian Electra transformou "Replay" em uma faixa dançante com toques de heavy metal. E a rapper britânica Bree Runaway canta em "Babylon".
O disco ainda conta com a presença de LSDXOXO, COUCOU CHLOE, Ashnikko, Doss, Chester Lockhart, Mood Killer, Lil Texas e Planningtorock.
GRIMES
Lady Gaga teve a preocupação de incluir todas as faixas de "Chromatica", com exceção dos três interludes homônimos ao álbum que seriam remixados pela cantora canadense Grimes, que não conseguiu finalizá-los a tempo do lançamento, segundo a própria publicou no Twitter.
Essa não é a primeira vez que Lady Gaga lança um disco de remixes. Ela fez isso em 2010 com as músicas dos álbuns "The fame" (2009) e "The fame monster" (2010), reunidas em "The remix" (2010); e depois com as faixas do disco "Born this way" (2011), o que resultou em "Born this way – The remix" (2011).
Os dois álbuns reuniram artistas emergentes da época, como as bandas norte-americanas Passion Pit e Foster The People, os ingleses do Metronomy e o canadense The Weeknd, hoje um dos maiores nomes do mainstream. No entanto, ambos os trabalhos ficaram em segundo plano.
"Dawn of Chromatica" já nasceu celebrado. A principal diferença é o sentido colaborativo que o trabalho ganhou a partir do momento em que os fãs foram consultados.
Aos 35 anos, Lady Gaga parece ter aceitado que seu trabalho pode servir como plataforma para projetar artistas em início de carreira.
Se em "Chromatica" ela retornou ao pop eletrônico frenético do final dos anos 2000 – aquele que a fez famosa com músicas como "Just dance", "Poker face" e "Bad romance" –, o disco de remixes é um olhar para o futuro. Nele, há espaço para o forró de Pabllo Vittar e experimentações de artistas que, de certa forma, representam a vanguarda da música pop hoje.
“DAWN OF CHROMATICA”
De Lady Gaga
14 faixas
Universal Music/Interscope Records
Disponível nas plataformas digitais