Jornal Estado de Minas

CARNAVAL

Blocos de Belo Horizonte convidam para desfile on-line no domingo à tarde

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Amanhã tem folia em BH. O carnaval pandêmico será on-line, com o “desfile” de quatro blocos: Baianas Ozadas, Divina Banda, Funk You e Magia Negra, com transmissão às 16h pelo canal do Baianas no YouTube. Em formato de minifestival, a live “Carnaval além do horizonte” exibirá documentários e apresentações musicais.





O minifestival estava previsto para o pré-carnaval de 2021, mas teve de ser adiado e modificado por causa da pandemia, que cancelou a folia nas ruas da capital. Em 2020, a festa de BH reuniu 4,5 milhões de pessoas e contou com 453 blocos.
Polly Paixão, integrante da produtora Lá e Cá, informa que o projeto foi viabilizado por meio do edital Quatro Estações, da Belotur. Além de tocar, os blocos mostrarão cartões-postais da capital. Afinal de contas, o carnaval belo-horizontino se transformou em fenômeno turístico nacional.

“Cada grupo passa por uma região que condiz com sua história e é relevante para o turismo da cidade, onde gravou o videozinho curto que será exibido antes da apresentação”, conta Polly.





Divina Banda abre o “desfile on-line”, seguida por Funk You, o bloco afro Magia Negra e Baianas Ozadas. “É uma pequena mostra dos muitos carnavais que a gente tem”, diz a produtora, lembrando que a folia de BH inclui “Clube da Esquina, afrobrasilidades, axé, funk, pisadinha, forró e MPB”.

Rodrigo Borges diz que Divina Banda destacará suas raízes em Santa Tereza (foto: Ronaldo Ribeiro/divulgação/14/2/20)

SANTA TEREZA

Divina Banda, o primeiro bloco na passarela virtual deste domingo, surgiu em 2018, no Bairro Santa Tereza. Ele se inspirou na Banda Santa, criada na década de 1980 por Marilton Borges, primogênito da famosa família “sócia” do Clube da Esquina.

Divina Banda gravou seu documentário nas ruas de “Santê”, que viram o Clube nascer. À frente do projeto estão Rodrigo Borges, filho de Marilton, e Maurício Tizumba, cantor e compositor que divulga o congado mineiro. Os dois são artistas presentes no carnaval de rua de BH.





“A gente entrou bem na história de Santa Tereza, em como era a praça, como surgiu a Banda Santa. Depois passamos pelo Bolão, um dos restaurantes mais clássicos da cidade, relembramos um pouco o nosso passado e as questões tradicionais da região”, afirma Rodrigo Borges, a respeito do documentário. “Queremos celebrar o encontro, a diversidade, a arte e o carnaval.”

O repertório da Divina terá canções autorais, sucessos da música mineira, MPB, mangue beat e, claro, muito Clube da Esquina.

Funk You homenageia a Avenida Afonso Pena, seu palco principal (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press/25/2/20)

AFONSO PENA

Criado em 2017, o Funk You foi uma surpresa para o carnaval de rua de BH, ao misturar o pancadão do funk com a sonoridade da bateria das escolas de samba. O repertório é funkeiro, claro, com sucessos de Claudinho e Buchecha, Furacão 2000, Anitta e Kevin O’Chris, entre outros.

O cenário escolhido foi a feira hippie da Afonso Pena, tradicional evento turístico da capital. “A gente quis celebrar a avenida no vídeo, porque o bloco mudou de patamar depois de sair das ruas próximas ao Colégio Arnaldo e passar a desfilar lá”, diz Polly Paixão.





Crianças têm o seu espaço no desfile do bloco afro Magia Negra (foto: Nereu Br./divulgação/25/1/16)

PAMPULHA

Na sequência, o bloco Magia Negra, voltado para as raízes afrobrasileiras, contará sua história diretamente da Pampulha, em frente ao monumento dedicado a Iemanjá. Camilo Gan, líder do bloco, explica que o local tem simbologia especial, pois remete aos orixás.

“Começamos falando da história do Magia, sobre a nossa representatividade, e depois cantamos para Iemanjá. No show, a gente faz uma feijoada de música preta mundial, com duas canções autorais”, adianta Gan. O candomblé e o samba se juntarão ao hip-hop, jazz e blues.

Comprometido com a luta contra o racismo, o grupo não se limita a bloco de carnaval. Desenvolvendo ações “afrobetizadoras”, como diz Gan, o Magia Negra não parou durante a pandemia.

“O vírus que mais mata no mundo se chama racismo. Mesmo na pandemia, a gente continuou fazendo reuniões, ajudando a comunidade e realizando algumas produções. Nunca paramos e nunca vamos parar”, afirma Gan.





PRAÇA DA LIBERDADE

Baianas Ozadas, um dos blocos mais tradicionais e queridos de BH, fechará a festa. Ele arrasta multidões em seus desfiles, depois de surgir de uma brincadeira no carnaval de 2011. Tudo começou quando o jornalista Geo Cardoso pediu à mãe para costurar saias de havaianas para ele e os amigos.

“O crescimento do Baianas se deu muito por conta do olhar jornalístico e publicitário do Geo, sempre muito caprichoso nas redes sociais”, diz Polly Paixão, que faz parte do bloco. Ela destaca também a afinidade do mineiro com a Bahia e com o mar.

O documentário destaca a Praça da Liberdade. O show do Baianas vai destacar o diálogo do axé com samba, pisadinha, forró, funk e pagode, entre outros ritmos.

“CARNAVAL ALÉM DO HORIZONTE”
Neste domingo (5/09), às 16h. Com os blocos Divina Banda, Funk You, Afro Magia Negra e Baianas Ozadas. Transmissão pelo canal do Baiana Ozadas no YouTube

*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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