Portas abertas, finalmente. Os teatros Francisco Nunes e Marília, além do Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Raul Belém Machado, pertencentes à prefeitura da capital, voltam a receber o público neste mês de setembro. “Ser o primeiro é bastante emocionante”, afirma Inácio Cavallieri, cuja banda, a Quo-Tzar, vai se apresentar neste domingo (5/9), no Chico Nunes, ao lado dos alunos da Cavallieri Escola de Música. O show será dedicado ao repertório do Queen.
“Este momento é muito positivo tanto para os artistas quanto para o público”, diz Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura (FMC). Os teatros funcionarão com 60% de sua capacidade, cumprindo o protocolo sanitário para combater a COVID-19. O uso de máscara é obrigatório e não será necessário apresentar testes ou cartão de vacinação.
A programação dos equipamentos municipais é diversificada, com shows, peças e festival de mágica. A agenda está disponível no Portal Belo Horizonte.
Para evitar aglomerações, foi implantado o sistema de venda de ingressos on-line pelo site diskingressos.com.br. O preço das entradas varia de R$ 10 a R$ 50.
ADAPTAÇÃO
“É uma grande notícia, pois estamos batalhando por isso há muito tempo, antes mesmo da pandemia. A gente conseguiu bilheteria eletrônica nos três teatros. Além de se programar com antecedência, o público consegue evitar totalmente a fila”, destaca Aline Vila Real.
Também haverá venda de ingressos físicos na bilheteria, mas sob controle da casa.
Os espetáculos foram selecionados por meio de edital da prefeitura de BH. A agenda contempla também aqueles programados antes da pandemia, que tiveram de ser adiados.
“O público é diverso, então é importante oferecer uma programação diversificada”, observa a diretora da FMC. De acordo com ela, a fundação recebeu propostas de diferentes linguagens e estéticas, principalmente nas áreas de música e artes cênicas.
Hoje, a Quo-Tzar e alunos da escola Cavallieri levam rock para o Francisco Nunes. Nos dois próximos finais de semana, a atração será a comédia “Acredite, um espírito baixou em mim”, com Ilvio Amaral e Mauricio Canguçu, fenômeno mineiro de bilheteria.
Cerca de 3 milhões de pessoas já viram a peça, que está em cartaz há mais de 20 anos. Conta a história de um divertido gay, que não se conforma com a morte e volta à Terra para reencarnar em um machão radical.
Entre as atrações do Teatro Marília estão a Cia. Produz Ação Cênica, com duas peças (“A porta e o vestido” e “O homem do caminho”), que ficarão em cartaz de quarta-feira (8/9) a domingo (12/9).
Outro destaque da programação é o Festival Internacional de Mágica e Ilusionismo de Belo Horizonte, com Kradyn Junior, que ficará em cartaz no Teatro Raul Belém Machado de quarta-feira (8/12) a domingo (12/9).
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
FESTIVAIS
A volta dos festivais culturais da capital mineira, de acordo com a prefeitura de BH, vem sendo planejada conforme os índices da pandemia da COVID-19 e os protocolos de saúde. Em outubro, a 6ª Virada Cultural de Belo Horizonte deverá ter a maior parte de sua programação no formato on-line, mas também estão previstas intervenções urbanas e atividades em espaços fechados. Em dezembro, o 11º Festival de Arte Negra de Belo Horizonte (FAN) deverá adotar o formato híbrido, com atividades on-line e presenciais.
Freddie Mercury para os jovens
“Recentemente, os jovens voltaram a escutar Queen por causa do filme do Freddie Mercury ('Bohemian rhapsody', 2018). Então, achei que era o momento de mostrar as músicas da banda para meus alunos. Encaixou tudo”, afirma Inácio Cavallieri, que está à frente do show de rock deste domingo, no Teatro Francisco Nunes.
Cavallieri comanda a escola musical que leva seu nome e faz parte da banda belo-horizontina Quo-Tzar. Alunos, professores e integrantes do grupo subirão ao palco nesta tarde.
Quo-Tzar se dedica ao rock dos anos 1950 a 1980 – de Chuck Berry a U2. Além de Inácio (guitarra e vocal), o grupo é formado por Celso Pennini (guitarra), Beto Campanha (bateria), Sérgio Castelar (teclado), Ricardo Magalhães (baixo) e Flávio Lana (flauta).
"A gente conseguiu bilheteria eletrônica nos três teatros. Além de se programar com antecedência, o público consegue evitar totalmente a fila"
Aline Vila Real, diretora da Fundação Municipal de Cultura
CHATO
Queen é a paixão desses músicos. “É a banda da minha adolescência. Eu era aquele chato que achava Queen a melhor banda e tinha que convencer todas as pessoas disso”, diverte-se Inácio. O espetáculo deste domingo não deixa de ter caráter didático, pois é uma forma de “apresentar” o palco aos alunos do guitarista.
O repertório vai reunir hits que fizeram a fama de Freedie Mercury (1946-1991), como “We are the champions”, “Don’t me now”, “We will rock you”, “Radio Gaga” e “Bohemian rhapsody”.
“A música deles é muito bem feita. As letras são complexas e os acordes são difíceis”, afirma Inácio Cavallieri, destacando o talento da banda britânica.
“A ideia é fazer o jovem conhecer, tocar e gostar dessa música, que já não está mais tão em voga”, afirma o professor e guitarrista. Detalhe: ele vestir a clássica jaqueta amarela de Mercury.
Cerca de 30 alunos foram divididos em bandas por faixa etária, a partir dos 10 anos. Cada grupo tocará duas canções, com a participação da Quo-Tzar e dos instrutores da escola. O show estava agendado para 20 de março de 2020, no Teatro Fumec, mas foi adiado devido à pandemia.
Assim que recebeu a permissão para a apresentação neste fim semana, Inácio não perdeu tempo e retomou o projeto. “É a primeira vez que a maioria dos nossos alunos sobe no palco. Eles vão ter uma estrutura maravilhosa de som e luz, com fumaça, telão. Tudo que o músico profissional tem. Os alunos nunca experimentaram isso na vida”, comemora.
Para ele, a arte exige a presença do público. “O mundo agora vive essa situação virtual, mas o contato real nunca vai ser substituído. Os teatros são importantíssimos para isso. É totalmente diferente você assistir a uma peça de teatro na televisão e ao vivo. Com o show é a mesma coisa, você pode olhar para o rosto da plateia, é aquela diferença”, afirma Cavallieri.
Outra atração musical do Francisco Nunes será o Assanhado Quarteto, em 26 de setembro, com participação especial de Dani Panesi – atrações do projeto “Música de domingo”, do Circuito Municipal de Cultura.
Palco aberto ao teatro
O Teatro Marília volta a receber o público com atrações das artes cênicas de Belo Horizonte. A agenda começa com a Cia. Produz Ação Cênica, que apresenta “A porta e o vestido”, de quarta (8/9) a sexta-feira (10/9). A peça discute os direitos das pessoas com sofrimentos mentais.
“O homem do caminho”, outra produção do grupo, estará em cartaz no sábado (11/9) e domingo (12/9). Cigano contador de histórias tenta enganar a morte, planejando não escutar o chamado quando o fim chegar.
Em seguida, o Marília recebe “Capitão Fracasso”, peça dirigida por Luiz Paixão, com sessões nos dias 18, 19, 24, 25 e 26 de setembro. Trata-se de uma adaptação para os palcos do romance homônimo de Théophile Gaultier lançado no século 19.
“Diógenes”, peça dirigida por Fernando Chagas, marca a reabertura do Teatro Raul Belém Machado, com sessão neste domingo. Conta a história de um morador de rua cheio de histórias, que adora filosofar como o pensador grego que morreu no ano 323 a.C.
PROGRAMAÇÃO
TEATRO FRANCISCO NUNES
Parque Municipal, Av. Afonso Pena, 1.377, Centro
“Tributo ao Queen”
» Com banda Quo-Tzar e alunos da Cavallieri Escola de Música
» Neste domingo (5/9), às 17h
» R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
“Acredite, um espírito baixou em mim”
» Peça com Ílvio Amaral e Maurício Canguçu
» De 10 a 12/9 e de 17 a 19/9. Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
» R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
TEATRO MARÍLIA
Av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia
“A porta e o vestido”
» Peça da Cia. Produz
Ação Cênica
» 8 a 10/9, às 20h
» R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
“O homem do caminho”
» Peça da Cia. Produz
Ação Cênica
» 11 e 12/9. Sábado, às 20h; domingo, às 19h
» R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
“Capitão Fracasso”
» Peça dirigida por Luiz Paixão
» 18, 19, 24, 25 e 26/9. Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h
» R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
TEATRO RAUL BELÉM MACHADO/ESPAÇO YOSHIFUMI YAGI
Rua Jauá, 80, Alípio de Melo
“Diógenes”
» Peça dirigida por Fernando Chagas
» Neste domingo (5/9), às 19h
» R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Festival Internacional de Mágica e Ilusionismo de Belo Horizonte
» Com Kradyn Junior
» De 8 a 12/9. Quarta a sexta, às 20h; sábado, às 16h e 20h; domingo, às 16h.
» R$ 20 (inteira) e R$10 (meia)
Ingressos à venda em diskingressos.com.br. Programação completa: portalbelohorizonte.com.br