Jornal Estado de Minas

ARTES VISUAIS

Conheça as metrópoles pandêmicas inventadas pela pintora Bárbara Novais

 
No “momento 1” da pandemia, entre março e abril de 2020, o cenário de terra arrasada era mundial. Telejornais e redes sociais exibiam imagens de metrópoles – Paris, Londres, Roma, São Paulo, Nova York – absolutamente vazias. Ruas, prédios, edifícios públicos – estava tudo lá como antes, mas sem gente. Tais imagens impactaram de tal forma Bárbara Novais que ela começou a pintar.



Essa é a gênese da primeira exposição da artista, de 32 anos, arquiteta de formação, que será aberta ao público nesta segunda-feira (6/09), no Minas Tênis Clube 2.
 
Cores expressam sentimentos da artista durante a pandemia (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
 


TRÊS SÉRIES

Cidades vazias, e mais” reúne 17 acrílicas sobre tela de diferentes dimensões, realizadas nos últimos 18 meses. O trabalho se divide em três séries: “Cidades vazias”, “Paros” e “Downtown”. Cada uma delas expressa um sentimento de Bárbara frente à pandemia.
 
“Me chamou a atenção o fato de cidades importantes estarem completamente vazias. Eu tinha que registrar aquilo de alguma forma”, comenta a artista plástica sobre a série que dá título à exposição, reunindo pinturas abstratas que enfatizam a cor marrom.
 
Série foi criada a partir de março de 2020 (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
 
 
Já as telas que integram a série “Paros” vieram mais recentemente, quando o mundo começou a se abrir com a vacinação. O azul predomina nesses trabalhos.




 
“Paros é uma ilha da Grécia, busquei inspiração nela por ser o berço da nossa civilização e das cidades. O azul é uma cor de esperança, que mostra o momento de luz no fim do túnel”, continua.
Por fim, a artista chegou à série “Downtown”, em que predominam os tons neutros dos grandes centros urbanos.
 
Retas e linhas formam ambientes em três dimensões que remetem às ruas das metrópoles durante os vários momentos da pandemia (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
 
 
“A vida é como uma linha. Passamos por alegrias e tristezas nessa linha. Aqui mostro um momento mais neutro, sereno, sem grandes emoções”, afirma Bárbara.
A presença da arquitetura é latente nos trabalhos, que nascem de maneira digital e só depois chegam à tela.
 
“Há um software que arquitetos usam para criar ambientes digitais. Desenho na tela do computador e quando acho que criei uma composição, passo para a tela. Quem olha as pinturas à primeira vista pode ver só um monte de retas e linhas, mas há ali um ambiente 3D, como se fosse cidades irreais”, explica Bárbara.




 
 
 
Ainda que a mostra esteja aberta à visitação pública, não haverá evento de inauguração em decorrência da crise sanitária. Nesta segunda-feira (6/09), um vídeo será lançado no YouTube com visita virtual à galeria.
 
No próximo sábado (11/09) Bárbara Novais participará de encontro presencial, na exposição, para falar de seu processo de trabalho.
 
Desde criança, por influência dos pais, que também pintavam, Bárbara começou a fazer aulas de arte. Mais recentemente, fez cursos de curadoria e museografia para entender melhor o mercado artístico.
 
“Quando lancei a série ‘Cidades vazias’ no Instagram, a repercussão foi boa. Logo a Galeria Espaço Corda se interessou, depois a Van Gogh. Quando vi esse movimento chegar, resolvi focar na arte profissionalmente. Continuo fazendo cursos de técnica. Daqui para a frente, meu interesse é obter uma formação maior”, finaliza.




 

"CIDADES VAZIAS, E MAIS"


» Pintura. Exposição de Bárbara Novais. 
Até 30 de setembro. Galeria do Minas 2.
Avenida dos Bandeirantes, 2.323, Serra. Visitação de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h; sábado, das 6h às 20h; domingo e feriado, das 6h às 19h

»  Nesta segunda-feira (6/09), será 
lançado o vídeo da visita virtual 
à mostra, no canal do 
Minas Tênis Clube no YouTube

» No sábado (11/09), às 11h, Bárbara Novais conduz visita guiada à exposição 

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