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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Cinema latino-americano faz bonito no Festival de Veneza, que acaba hoje

Diretores do Brasil, Chile, Argentina e México chamaram a atenção no evento com os filmes '7 prisioneiros', 'Spencer', 'Competição oficial' e 'La caja'


11/09/2021 04:00 - atualizado 11/09/2021 09:33

"La caja", filme do venezuelano Lorenzo Vigas, disputa o Leão de Ouro, que será entregue hoje (foto: Lucia Films/divulgação )

O cinema da América Latina vive um bom momento, com 16 filmes no Festival de Veneza. Injustiça, racismo e escravidão moderna são temas abordados por diretores latino-americanos, cujos trabalhos surpreenderam – e até chocaram – o público. O evento será encerrado neste sábado (11/09).

“Essa história é agoniante”, reagiu a diretora italiana Silvana Sari, de 65 anos, após assistir ao brasileiro “7 prisioneiros”, que concorre ao prêmio Horizontes Extra.

TRÁFICO 

Dirigido por Alexandre Moratto, o filme narra o terrível fenômeno do tráfico de pessoas e da escravidão a que trabalhadores estão submetidos. Esse também é o tema de “La caja”, longa do venezuelano Lorenzo Vigas sobre maquiadoras no México, que disputa a competição oficial.

Também vão brigar pelo Leão de Ouro os argentinos Gastón Duprat e Mariano Cohn, com o longa “Competição oficial”, protagonizado por Penélope Cruz e Antonio Banderas; o chileno Pablo Larraín, com “Spencer”, estrelado por Kristen Stewart, sobre o fim de semana em que Lady Diana decidiu se divorciar do príncipe Charles; e o mexicano Michel Franco, com “Sundown”, história de uma família em crise protagonizada por Charlotte Gainsbourg e Tim Roth.

Outro bom exemplo do vigor da produção latino-americana vem de Joaquín del Paso, de 35 anos. Dirigido por ele, “El hoyo en la cerca” denuncia o racismo e o preconceito disseminados na educação no México.

ELITE 

Del Paso chamou a atenção ao contar a história de jovens alunos integrantes de uma elite implacável, educada por professores católicos. “É tudo baseado em eventos reais”, avisou o diretor, que estudou em um colégio ultraconservador da Opus Dei.

“Estão nascendo novos diretores, muito talentosos, que contam histórias do seu próprio país e de sua própria cultura. Eles são muito originais”, afirmou Alberto Barbera, diretor do festival, ao comentar o trabalho dos latino-americanos.

“Eles têm a possibilidade de viajar pelo mundo graças aos festivais. Acredito que seus filmes chegarão às salas de cinema e, principalmente, às plataformas, porque esse será o futuro para todos”, previu Barbera.

OSCAR 

A 78ª edição do festival recebeu filmes de 59 países – 21 longas disputam o cobiçado Leão de Ouro, que será entregue amanhã. Veneza costuma ser “plataforma” para o Oscar. Recentemente, saíram premiados de lá “Nomadland” (2020), “Coringa” (2019) e “A forma da água” (2017), contemplados posteriormente com a estatueta dourada na festa de Hollywood.

Este ano, Veneza recebeu “Madres paralelas”, de Pedro Almodóvar, um filme sobre maternidade e família; “The power of the dog”, de Jane Campion, sobre o complicado relacionamento de dois irmãos num rancho no interior dos EUA nos anos 1920; “Lost illusions”, de Xavier Giannoli, adaptação de “Ilusões perdidas”, de Balzac; os italianos “America Latina”, de Damiano e Fabio D’Innocenzo, “Qui rido io”, de Mario Martone, “The hand of God”, de Paolo Sorrentino, e “The hole”, de Michelangelo Frammartino.

Kristen Stewart interpreta Lady Di no drama ''Spencer'', dirigido pelo chileno Pablo Larraín
Kristen Stewart interpreta Lady Di no drama ''Spencer'', dirigido pelo chileno Pablo Larraín (foto: Pablo Larraín/divulgação )

PRÉ-ESTREIAS 

Fora de competição, o festival exibiu os candidatos a blockbuster “Duna”, de Denis Villeneuve, com Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Zendaya e Javier Bardem; “O último duelo”, com Matt Damon, Ben Affleck e Jodie Comer; e “Noite passada em Soho”, de Edgar Wright, com Anya Taylor-Joy e Matt Smith.

Neste segundo ano da pandemia, o Festival de Veneza estendeu o tapete vermelho para astros e estrelas, mas sem aproximação do público para evitar aglomerações. Entre as medidas adotadas, além da obrigatoriedade da máscara, exigiu-se o passaporte verde, foram aplicados testes em quem não recebeu vacina, limitou-se o uso das salas e os ingressos tinham lugares marcados.

TAPETE VERMELHO C OM “BENNIFER”


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(foto: Filippo Monteforte/AFP)


Foi de longe, mas os fãs do casal “Bennifer” – Ben Affleck e Jennifer López – puderam ver as duas estrelas no tapete vermelho, apesar do distanciamento imposto pela pandemia. Na quinta-feira, os dois chegaram a Veneza em um barco-táxi, em meio aos flashes e ao alvoroço dos paparazzi. Ben Affleck, Matt Damon e Adam Driver se encontraram ontem para apresentar “The last duel”, o aguardado blockbuster de Ridley Scott. Exibido fora da competição e ambientado na França medieval, o longa tem armaduras impressionantes, cavalgadas emocionantes e uma história pouco convencional. O lançamento do filme de Scott confirma o Festival de Veneza como a vitrine europeia das grandes produções americanas.




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