Centenas de metros quadrados de tecido de polipropileno reciclado na cor azul prateado começaram a ser desdobrados no domingo passado (12/09) em um dos lados do
Arco do Triunfo
, dando início à etapa final do "
embrulhamento
" do monumento parisiense, obra póstuma do artista
Christo
(1935-2020).
Os preparativos começaram no final de junho e continuam a todo vapor, sob a direção de Vladimir Yavachev, sobrinho de Christo, com o apoio do Centro de Monumentos Nacionais.
"Será como um objeto vivo que ganhará vida com o vento e refletirá a luz", explicou Christo ao apresentar seu projeto final, dois anos antes de sua morte.
Com um custo de 14 milhões de euros (US$ 16,5 milhões), o projeto é totalmente autofinanciado com a venda de obras originais de Christo: desenhos preparatórios, lembranças, maquetes e litografias.
Em 1985, Christo já havia empacotado a Pont-Neuf, uma das pontes parisienses que cruzam o Rio Sena. Desta vez, após semanas de preparação, uma equipe de 95 especialistas em cordas desenrolou na segunda-feira (13/09), do alto do Arco do Triunfo, o primeiro rolo de tecido, no lado voltado para a Avenida de Wagram.
ESPETACULAR
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O processo de embalagem seguirá dia e noite, até ser concluído, em 18 de setembro próximo, dia da inauguração. "Hoje é um dos momentos mais espetaculares da instalação. O Arco do Triunfo embalado está começando a ganhar vida e se aproxima da visão do que foi o sonho de uma vida para Christo e Jeanne-Claude", comentou Yavachev, que supervisiona os trabalhos.
Para Bruno Cordeau, administrador do Arco do Triunfo, "acompanhar a instalação de uma obra como esta, nas atuais circunstâncias, é mágico". Ele afirmou que “a embalagem da Pont-Neuf foi um momento fora do comum. É isso que vamos vivenciar aqui mais uma vez. Cuidamos para que o Arco do Triunfo seja devidamente protegido, principalmente porque o monumento ainda está aberto ao público".
O administrador do monumento ressaltou que "o Arco do Triunfo não é um monumento como os outros. É o da harmonia nacional. É também um lugar de cultura. A obra de Christo tem a elegância e a humildade de ser efêmera. Ao cabo de duas semanas, ela vai desaparecer".
O projeto foi adiado em razão da pandemia de COVID-19 e também pelo processo de nidificação de peneireiros, que vivem há muito tempo no Arco.
(AFP)