Ativo há oito anos, o projeto
Coladera
reúne músicos e autores que têm em comum a língua portuguesa, daqui e d’além-mar. A cada nova iniciativa, nomes diferentes se juntam à base do grupo, os cantores e compositores
Vitor Santana
(de Belo Horizonte) e
João Pires
(de Portugal). Quase dois anos depois do último
show
– em novembro de 2019, em Medellín, Colômbia –, eles voltam a se apresentar.
VONTADE
Veio a pandemia e tudo parou. O recomeço é agora, com sorriso no rosto e vontade de continuar fazendo a diferença. Desde o início da semana, João Pires está em BH – o reencontro com Santana depois de tanto tempo já rendeu uma canção. Nesta noite, o percussionista Marcos Suzano, um dos criadores de “La dôtu lado”, se apresenta com os dois parceiros. Chegou do Rio de Janeiro trazendo consigo
Pedro Luís
. O show ainda contará com o baixista Vinicius Ribeiro, que acompanha o Coladera há algum tempo.
“O Pedro foi num show nosso no Blue Note, no Rio. Na sequência, fomos, em 2019, para Portugal. Como ele também tinha show lá, criamos uma relação”, conta Santana. O músico carioca fará três participações. Vai tocar “Noite severina” (parceria com Lula Queiroga), uma canção-surpresa e a terceira, inédita, que Pedro Luís compôs com João Pires. “O título só vai vir na hora do show. Mas a música fala de Oxóssi e Ogum. Eu sou do candomblé e descobri que todo mundo do grupo é de Oxóssi”, conta Vitor Santana.
O último show que ele fez (solo, sem o Coladera) ocorreu em fevereiro de 2020. “Estou até nervoso, achando que vou esquecer alguma coisa”, revela. A despeito das dificuldades durante a crise sanitária, Santana é do time que não esmorece. Na vida pessoal, ele é só alegria, pois teve seu primeiro filho, Antônio, há três meses. E o contrato com a Agogo Records prevê o terceiro álbum, que está começando a ser gestado.
“Coladera nasceu do encontro. Quando o João chegou (há dois dias), já começamos tudo de novo. O Caetano (Veloso) disse, outro dia, que em casa não fica tocando as músicas dele para além do ensaio, a menos que haja algum interlocutor. Me identifiquei com ele nesse sentido. O músico popular precisa do ouvinte, do público ao vivo. Quem sobe no palco fica viciado, pois é um lugar tão pleno que você fica entregue. A gente estava levando uma vida comezinha, mas a vida que faz sentido, de fato, está voltando agora. Então, sou só sorrisos”, finaliza Santana.
COLADERA
Show nesta quinta-feira (16/09), às 20h. Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).
À venda no Sympla pelo link
https://bileto.sympla.com.br/event/68679/d/106375/s/615590