Depois de estrear, no início de agosto, o show “SulAmérica sessions” ao lado de Fernanda Takai no ambiente austero do Sonastério, em Ouro Preto, a Orquestra Ouro Preto chega à segunda edição do projeto em clima de informalidade e de roda de samba em parceria com Diogo Nogueira.
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PESQUISA
Toffolo diz que as sugestões partiram do próprio Diogo, que assumiu seu lado intérprete e se aventurou por praias que não costuma frequentar. O cantor revela que a escolha do repertório foi resultado de uma pesquisa informal que levou em conta o que ficaria bem com os arranjos propostos.
“Selecionamos algumas canções que permitissem fazer a mistura de música popular e orquestra. Fizemos uma pequena pesquisa e chegamos a esse resultado, que eu curti muito”, diz Diogo.
O maestro considera que, mesmo com repertório diversificado, o resultado é homogêneo justamente por causa da roupagem orquestral. Segundo ele, a solução para manter a cadência e a ginga do samba foi somar instrumentos típicos do gênero a violinos, violas, violoncelos e contrabaixo.
“Resgatamos a pegada que o Radamés Gnattali tinha de juntar regional de choro e grupo de cordas. Os timbres ficaram bem diferentes, e o Diogo ficou muito feliz com isso. A gente conseguiu manter a essência do samba, é ele que surge como porta-bandeira, na frente, tendo como pano de fundo a roupagem da música de concerto”, diz.
É o primeiro trabalho da Orquestra Ouro Preto com o sambista carioca. “A gente tem respeito enorme pelo Diogo, que tem o sangue real do samba brasileiro”, afirma o maestro, referindo-se a João Nogueira, pai do cantor. “Ele é um dos expoentes do samba, essa herança que o Diogo traz torna tudo mais fácil”, observa. “Foi uma honra e um privilégio juntar a música popular com o erudito, ainda mais com a Orquestra Ouro Preto, que é maravilhosa. Fiquei muito feliz”, salienta o cantor.
O clima de camaradagem, conforme aponta Toffolo, se reflete no bate-papo que ocorrerá na sequência da apresentação. A conversa passou por temas variados, como a pandemia e seus impactos para a saúde emocional das pessoas, a dualidade de ser intérprete e compositor de samba e compositores cujas obras foram incluídas no repertório.
A-HA
No domingo, (19/9), no Sesc Palladium, a orquestra faz seu primeiro concerto presencial desde a chegada da pandemia, executando o repertório da banda norueguesa A-Ha, que já havia sido apresentado em formato on-line, com grande repercussão, em maio deste ano. Os ingressos se esgotaram em apenas 48 horas.
“É um reencontro com o público, que a gente espera ser o primeiro passo para a retomada de nossa agenda regular de concertos”, diz Toffolo, destacando o fato de que o Palladium seguirá todos os protocolos de segurança sanitária, com capacidade de público reduzida a 60%, medição de temperatura na entrada, uso obrigatório de máscara e distanciamento entre os assentos.
O outro compromisso será a série de três apresentações com João Bosco, em 27, 28 e 29 deste mês, em Belo Horizonte e Ouro Preto. “Elas serão abertas ao público, ao ar livre, mas em locais onde é possível ter o controle de quantas pessoas entram, com cadeiras colocadas em frente ao palco, o devido distanciamento e o uso obrigatório de máscara”, adianta o maestro.