Araxá, no Alto Paranaíba, recebe a partir da próxima segunda-feira (20/9), às 20h, a exposição “Trajetória de Agripa Vasconcelos, o romancista das Gerais”. A abertura oficial será realizada pela Fundação Cultural Calmon Barreto, autarquia de cultura da cidade, no Teatro Municipal.
A coleção de painéis exalta a memória do escritor em diferentes fases e Araxá integra o circuito de cidades que celebram os 125 anos de nascimento do romancista.
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Araxá vai trocar 2 mil lâmpadas para acabar com escuridão na cidadeAraxá sanciona lei para distribuição gratuita de absorventes higiênicosSituação irregular do aterro sanitário de Araxá pode ser resolvidaMédico por formação, aos 26 anos Agripa entrou na Academia Mineira de Letras, que o incentivou ainda mais a atuar na literatura, sua grande paixão.
Antes de chegar à Araxá, a coleção de painéis esteve exposta em Pompéu, na Região Central de Minas, e em Belo Horizonte. E agora estará presente na cidade do Alto Paranaíba, no Teatro Municipal, com entrada gratuita a partir próximo dia 20 de setembro.
Obras e personagens marcantes
Por meio da obra “Sagas do País das Gerais”, que conta com sete romances históricos, Agripa revelou ao mundo personagens como Chica da Silva, Chico Rei e Dona Beja.
Muitas dessas obras, posteriormente, foram adaptadas para as telas do cinema e da TV, como a obra “A Vida em Flor de Dona Beja” escrita em 1957. O romance que conta o ciclo do povoamento de Minas Gerais foi adaptado pela extinta Rede Manchete e exibido como a conhecida telenovela “Dona Beija” (com "i"), em 1986.
Outra história que saiu das obras para as telas foi "Chica que Manda: romance do ciclo do diamante nas Gerais". A novela "Xica da Silva" de 1996, também produzida Rede Manchete sobre a escrava que virou rainha, foi exibida em diversos países do mundo com grande repercussão.
Demais informações sobre a exposição comemorativa à Agripa Vasconcelos em Araxá podem ser consultadas pelo telefone da Fundação Cultural Calmon Barreto: (34) 99313-0059, de segunda a sexta-feira.
Dona Beja e suas raízes com Araxá
“Amada pelos homens e odiada pelas mulheres”: assim podemos definir um pouco de Ana Jacinta de São José, cortesã revolucionária do século XIX.
Nascida em Formiga, no Centro-Oeste mineiro em 2 de janeiro 1800, Ana se mudou para até então vila de São Domingos do Araxá logo nos primeiros anos de vida. Recebeu o apelido de "Beja" do avô, que a comparava com a beleza e doçura da flor "beijo" ou à ave beija-flor. À medida que os anos se passavam e ela crescia, se tornava cada vez mais admirada.
Por sua beleza, em 1814, Ana Jacinta foi raptada pelo ouvidor do rei Dom João VI, Joaquim Inácio Silveira da Motta, e levada para Vila de Paracatu. Na tentativa de impedir o sequestro, o avô de Beja foi morto pelos homens do ouvidor.
O regresso à cidade
Dois anos depois, Joaquim Inácio retorna ao Rio de Janeiro ao pedido do rei e Beja decide voltar para Araxá para reencontrar seu grande amor: o fazendeiro Manoel Sampaio (na novela chamado de Antônio). Esse relacionamento contou com idas e vindas.
Desejada por muitos homens, aproveitando-se de sua deslumbrante aparência, Ana Jacinta fez fortuna dormindo com poderosos da região. Ela atendia em um local conhecido como Chácara do Jatobá. Por isso, Beja despertava a ira das mulheres e conservadores da época.
Ela também tomava banho nua em um local conhecido como Fonte da Jumenta, onde hoje é o atual Barreiro – ponto turístico de Araxá, que ainda preserva a fonte. Dizia-se que a beleza da cortesã se dava por meio das águas rejuvenecedoras onde ela se banhava.
Devido às suas influências, à Beja também é atribuído o mérito da reconquista do território do Triângulo Mineiro para Minas Gerais, em 1816, quando a região pertencia a Goiás.
Duro golpe
Após uma briga com Manoel Sampaio, Beja mandou um escravo matá-lo, porém se arrependeu tarde demais, e Sampaio acabou assassinado. Ela foi absorvida do crime com a ajuda de contatos influentes.
Ana Jacinta nunca se recuperou deste golpe e, por isso, em 1853 decidiu se mudar para Bagagem, onde hoje é a cidade de Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro. Ela faleceu no dia 20 de dezembro de 1973, e deixou duas filhas.
Museu Dona Beja
Inaugurado em 1965 pelo jornalista Assis Chateaubriand, criador do grupo Diário Associados, o local onde Ana Jacinta de São José viveu em Araxá abriga hoje o museu Dona Beja – casarão colonial de dois pavimentos que conta com quadros, objetos, móveis e adereços utilizados pela cortesã.
O espaço é aberto à visitação de moradores e turistas de terça a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h. E aos sábados, domingos e feriados das 8h às 12h.
A visitas seguem o plano de contingência aprovado pelo Comitê de Enfrentamento à COVID-19 do município, com lotação máxima de cinco pessoas.
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