O cantor e compositor mineiro Hian Rafael, que assina Agá Erre, acaba de lançar o single-clipe “Aerosol”. A música integrará o EP “Quem vem aí”, com previsão de lançamento para este ano. A gravação contou com músicos de primeira linha, adeptos do projeto de Agá Erre de fortalecer o rock nacional e homenagear a produção do gênero feita nos anos 1990.
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A intenção inicial do músico era lançar a canção somente no EP. No entanto, ele diz ter sentido a necessidade de divulgá-la antes. “Foi um mix de sentimentos e revolta durante essa pandemia, que acabei colocando para fora. Recebi um chamado mesmo de colocar na rua. Tenho muitas músicas em fase de finalização, mas senti que realmente tinha que colocar essa na rua neste momento. É o meu dever, o meu compromisso”, afirma.
“Aerosol”, no entanto, não busca apontar o dedo para culpados, mas sim inspirar uma autorreflexão. “Tiramos a responsabilidade dos políticos e a passamos para quem os colocou no poder. Acho que cada um tem que repensar muito, porque todo mundo tem um pouco da escória, do esgoto dentro de si, e isso não alimenta ninguém”, diz ele.
Agá Erre explica que quer “chamar a responsabilidade para as pessoas mesmo, para que possamos assumir um compromisso com a nossa nação e não ficar jogando para um lado e para o outro, porque, se continuar assim, não vai ser legal”.
VIOLÃO
Nascido em BH, ele se interessou pela música aos 12 anos, quando começou a aprender a tocar violão com seu avô. Filho do jornalista e escritor Sérgio Lacerda, Agá Erre diz que conviveu com poesia e literatura desde cedo.
Em andanças pela Europa, o músico morou na Alemanha, onde lançou seu primeiro trabalho experimental, em 2010. Na França, tocou nas ruas, no metrô, em bares, boates e cafés.
No álbum “Original”, disponível nas plataformas digitais, ele mistura o francês com o português. “Aerosol” é seu primeiro trabalho de rock. Adepto da formação de banda, ele diz que pretende mantê-la durante toda a sua carreira.
“Hoje, há muita gente falando que está fora de moda usar pedal, tocar guitarra, gravar bateria. Dizem que isso é démodé; que a pessoa faz tudo sozinha e coloca no computador. Só que tenho um compromisso com a música, acredito muito nisso de cada um enxergar e colocar um pouco de si no trabalho”, afirma.
“Quem vem aí”, segundo ele, “será um disco de música mais pesada, com uma pegada bem rock and roll, hardcore, mas que também tem um pouco de soul music, de música preta”.