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Estado de Minas

Capacidade de público da Sala Minas Gerais é ampliada para 50%

Sob regência de Fabio Mechett e com mais plateia, Orquestra Filarmônica realiza concertos com obras de Mozart e Kalinnikov nesta quinta e sexta-feira


29/09/2021 04:00 - atualizado 29/09/2021 07:27

Maestro titular Fabio Mechetti celebra a ampliação da plateia:
Maestro titular Fabio Mechetti celebra a ampliação da plateia: "Dá um certo alívio e vai preparando para um retorno a condições que, a gente espera, estejam próximas do velho normal" (foto: Rafael Motta/Divulgação)
 
Com as atividades mantidas em formato remoto durante a pandemia, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais reencontrou seu público em julho, com a reabertura dos equipamentos culturais autorizada pela Prefeitura de Belo Horizonte. E agora celebra o aumento da capacidade de público de sua casa, a Sala Minas Gerais , de 26% para 50% da ocupação do espaço. É com essa nova configuração da plateia que a orquestra, sob regência do maestro titular Fabio Mechetti, apresenta um concerto – nesta quinta-feira (30/09), para assinantes, e na sexta (1º de outubro), para o público em geral – com as obras “Serenata nº 9 em ré maior, Posthorn”, de Mozart, e “Sinfonia nº 1 em sol menor”, de Kalinnikov.
 
Mechetti diz que esse aumento da capacidade se dá ainda com uma margem de segurança, já que a prefeitura permite uma ocupação de até 70%. Ele considera, contudo, que os 50% com que a Filarmônica passa a trabalhar agora já contribuem para atender a uma demanda grande, pois atualmente o programa de concertos da orquestra conta com mais de 2 mil assinantes. “Estávamos podendo receber 393 pessoas, agora esse número passa para 749, de um total de 1.493 lugares que o espaço dispõe. Dá um certo alívio e, psicologicamente, vai preparando todo mundo para um retorno a condições que, a gente espera, estejam próximas do velho normal”, destaca.
 
Ele aponta que, desde a última reabertura, em 8 de julho, os concertos da Filarmônica têm contado com uma frequência regular de público, dentro da margem permitida. No que diz respeito aos músicos, Mechetti diz que ainda é uma formação reduzida que atua nas apresentações: dos 90 instrumentistas da orquestra, apenas cerca de 50 sobem ao palco, o que implica até na escolha dos programas que serão apresentados.

RESTRIÇÕES NO PALCO “O protocolo de palco continua sendo aplicado com base nos estudos feitos, mas agora, com o avanço da vacinação, acredito que até fim de outubro teremos quase 100% dos músicos imunizados, de modo que poderemos flexibilizar e aumentar o tamanho da formação”, diz. Ele destaca que o programa teve que ser alterado – e essa não foi a primeira vez – em função das restrições ainda existentes.
 
A ideia original era que a orquestra apresentasse obras de Brahms e Rachmaninoff, mas a impossibilidade da vinda de um solista estrangeiro convidado inviabilizou a execução do primeiro e a formação reduzida comprometeria a realização do segundo. “Mas conseguimos preservar a estrutura e a estética do que o programa original previa. Substituímos um alemão por um austríaco (Brahms por Mozart) e um russo por um russo (Rachmaninoff por Kalinnikov), preservando as características musicais que pretendíamos mostrar. Certamente, vai agradar ao público”, confia.
 
Com a retomada das atividades presenciais, a Filarmônica tem conseguido manter uma agenda semanal fixa. Além das séries “Presto” e “Veloce”, pelas quais a orquestra se apresenta amanhã, com transmissão ao vivo, e sexta-feira, apenas presencialmente, estão sendo realizadas a série “Fora de série”, aos sábados, também com presença de público e transmissão on-line, os “Concertos para a juventude”, aos domingos, exclusivamente para o público presente, e eventuais recitais de grupos de câmara às quartas-feiras.
 
Mechetti se orgulha ao dizer que, desde outubro do ano passado, com a reabertura da Sala Minas Gerais para os músicos, a orquestra vem mantendo uma atividade contínua, com concertos apresentados de forma remota. “Pesquisei atividades de quase todas as orquestras no mundo e nenhuma se manteve tão ativa durante a pandemia quanto a Filarmônica, com ações virtuais, didáticas, projetos de gravação e produções de vídeos”, diz, aludindo ao estúdio de transmissão que foi inaugurado em 2019, no 5º andar do prédio que abriga a Sala Minas Gerais, e que possibilitou uma maior presença virtual da orquestra junto ao seu público. “Nenhuma outra orquestra no mundo fez tanto quanto a gente, posso dizer com quase certeza”, acrescenta o maestro.
 
Essa proficiência tem se dado tanto no modelo virtual quanto no presencial. A partir do decreto da prefeitura que autorizou, em julho, o funcionamento de cinemas, museus e casas de espetáculos na capital, a Filarmônica foi a primeira formação a apresentar música ao vivo em um espaço cultural. Mesmo com todo esse dinamismo, Mechetti avalia que a pandemia representou um impacto grande no percurso que a orquestra vinha trilhando.

PIONEIRISMO VIRTUAL “A chegada da pandemia quebrou aquele caminho virtuoso e ascendente que a Filarmônica vinha traçando, com um aumento contínuo do número de assinantes. Perdemos alguns, que se sentiram desconfortáveis de voltar a frequentar a Sala Minas Gerais. Conseguimos manter o número de patrocinadores, mas, ainda assim, sofremos um impacto financeiro e, claro, de contato com o público”, lamenta.
 
Por outro lado, ele acredita que as restrições impostas pelo coronavírus obrigaram um investimento mais acelerado nas possibilidades do ambiente digital. “Acho que aprendemos muito no que diz respeito à transmissão de concertos pela internet. Fomos pioneiros nesse sentido. Era algo que já estávamos nos preparando para começar a implementar e tivemos que acelerar durante a pandemia, para acomodar a necessidade de fazer nosso trabalho chegar ao público. É algo que aprendemos e que vamos continuar fazendo no futuro”, diz, destacando a possibilidade que o formato abre de se chegar a um público mais amplo e geograficamente disperso. “Nas transmissões, a gente vê que tem pessoas do mundo inteiro acompanhando, é um potencial muito grande a ser explorado”, conclui.
Apesar do aumento da capacidade de público na Sala Minas Gerais, os protocolos sanitários seguem rígidos e o uso de máscara continua obrigatório.

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Série “Presto”, quinta (30/09), às 20h30; e série “Veloce”, sexta-feira (1º de outubro), às 20h30. Concertos com as obras “Serenata nº 9 em ré maior, K. 320, Posthorn”, de Mozart, e “Sinfonia nº 1 em sol menor”, de Kalinnikov, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Ingressos, de R$  50 (coro) a R$  155 (camarote), podem ser adquiridos na bilheteria do espaço ou pelo site  www.filarmonica.art.br .  Informações: (31) 3219-9000. 


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