Em sua terceira edição, a segunda exclusivamente on-line, o Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual tem início na quarta-feira (6/10) com uma homenagem à cineasta Lúcia Murat. Evento criado para exibir (e discutir) a produção realizada por mulheres vai celebrar a trajetória da cineasta carioca por meio de cinco longas: “Que bom te ver viva” (1989), “Maré, nossa história de amor” (2007), “A memória que me contam” (2013), “Em três atos” (2015) e “Ana. Sem título” (2020).
Cineasta que passeia pelo documentário e pela ficção, com uma obra que reflete sobre a realidade brasileira – sob o viés da memória, principalmente em obras que trabalham as consequências da ditadura militar –, Murat ainda participa do debate que encerra do evento, em 17 de outubro.
O festival é uma expansão do Cabíria Prêmio de Roteiro, que desde 2015 premia histórias escritas e protagonizadas por mulheres. Para esta edição, foram mais de 250 inscrições nas categorias de longa de ficção, argumento infantojuvenil de longa ficção, piloto de série de ficção e de não ficção. As premiadas serão anunciadas nesta quarta, também na abertura do evento.
Nesta edição, o Cabíria vai exibir 25 filmes (curtas e longas) e 10 microfilmes (obras de até três minutos). A programação reúne ainda debates, painel, mesa, masterclass, estudos de caso e oficinas. Gratuito, o evento vai ter exibições e transmissões em diferentes plataformas. Os 10 microfilmes da Mostra Imaginários Possíveis estarão nas redes da Hysteria (hysteria.etc.br), a produtora de conteúdo da Conspiração voltada para ampliar a inserção feminina no mercado audiovisual.
Na Mubi (mubi.com), serão exibidos três longas: o brasileiro “A mesma parte de um homem” (de Ana Johann, sob o impacto que a chegada de um homem traz para a vida de uma família que vive isolada); o alemão “Casulo” (de Leonie Krippendorff, sobre o encontro entre duas adolescentes durante o verão); e o franco-americano “Documentira” (dirigido por Agnès Varda no início dos anos 1980, acompanha uma jovem francesa que quer recomeçar a vida com seu filho em Los Angeles).
DESTAQUES
Os demais longas e curtas-metragens serão exibidos na Videocamp (videocamp.com). Dos filmes de Lúcia Murat, somente “Ana. Sem título” ficará disponível, durante todo o dia 16, no streaming do Telecine (telecine.com.br). Atividades complementares às exibições estarão distribuídas entre o YouTube e o Zoom, mas o site do festival direciona o espectador para toda a programação.Entre os destaques desta programação está o painel “Representatividade real – Ações de impacto para um mercado mais diverso” (7/10, às 11h), com Debra Zimmerman e Kendra Hodgson, do Women Make Movies (EUA), Josephine Bourgois, do Projeto Paradiso, e Thais Scabio, da Todes Play. A proposta é compartilhar experiências e desafios para a articulação de ações de formação, produção, distribuição, aliadas à responsabilidade social do setor audiovisual.
Os estudos de caso serão sobre dois longas inéditos no circuito comercial: o brasileiro “Medusa”, que foi destaque em Cannes deste ano, com a presença da diretora Anita Rocha da Silveira e da produtora Vânia Catani (7/10, às 19h) e “Casulo”, com a cineasta Leonie Krippendorff (10/10, às 11h).
Já a masterclass “A construção narrativa e a reflexão da imagem” (16/10, às 11h) será com Nurith Aviv, a primeira cineasta mulher reconhecida como diretora de fotografia pelo Centre National du Cinéma (CNC/França). Ela vai falar sobre o processo criativo com Agnès Varda no filme “Documentira” (1981).
CABÍRIA FESTIVAL – MULHERES & AUDIOVISUAL
O evento on-line será realizado de 6 a 17 de outubro em diversas plataformas. Informações e programação: www.cabiria.com.br