A DC Comics anunciou que a mais recente versão do Super-homem, Jon Kent, será bissexual.
Em sua próxima edição de quadrinhos, com lançamento previsto para novembro, Jon será retratado em um relacionamento do mesmo sexo com seu amigo Jay Nakamura.
O enredo faz parte de Superman: Son of Kal-El (Super-homem: Filho de Kal-el), uma série que retrata Jon enquanto ele assume o papel de Super-Homem de seu pai, Clark Kent.
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Zico vira quadrinhos no dia que completa 68 anosVisibilidade bissexual: discriminação ainda afeta LGBTQIA+ no trabalhoSistemas de gênero e visibilidade transDesde que a série foi lançada em julho, Jon já lutou contra incêndios florestais causados %u200B%u200Bpela mudança climática, evitou um tiroteio em uma escola e protestou contra a deportação de refugiados.
Em uma edição anterior, Jon fez amizade com Jay — um repórter de óculos e cabelo rosa.
A DC Comics disse que a dupla se envolverá romanticamente na quinta edição, depois que Jon "se cansar mental e fisicamente de tentar salvar a todos que puder".
Não mais só um 'salvador branco'
Escritor da série, Tom Taylor, disse à BBC que a DC Comics já estava considerando a ideia de um relacionamento do mesmo sexo antes de apresentá-la.
Detalhes da trama ainda não foram revelados, mas as imagens compartilhadas pela DC Comics mostram Jon e Jay se beijando.
O roteirista da série, Tom Taylor, disse à BBC que, quando lhe ofereceram o trabalho pela primeira vez, ele ficou imaginando "como o Super-Homem deveria ser nos dias de hoje".
"Ocorreu-me que seria uma verdadeira oportunidade perdida se substituíssemos Clark Kent por mais um salvador branco", disse Taylor.
Em inglês, o termo "salvador branco" ("white saviour") é usado em referência a uma pessoa branca que serve de herói para pessoas não-brancas. O termo é usado com uma conotação negativa, em que o herói age mais para enobrecer a si próprio.
Para sua surpresa, antes que pudesse lançar a ideia de Jon ser bissexual, ele foi informado de que a DC Comics já estava considerando a proposta.
"Houve uma mudança real nos últimos anos — dez anos atrás, cinco anos atrás, isso teria sido mais difícil, mas acho que as coisas mudaram de uma forma muito oportuna", disse Taylor.
Ele disse que, apesar de os "trolls" nas redes sociais, a reação ao enredo tem sido extremamente positiva.
"Temos pessoas dizendo que leem esta notícia hoje e começam a chorar — pessoas dizendo que nunca pensaram em suas vidas que seriam capazes de se enxergar no Super-Homem... literalmente o super-herói mais poderoso dos quadrinhos", destacou Taylor.
"Você sempre terá pessoas que usarão a velha máxima de 'não misture política e quadrinhos' — esquecendo que cada história (de quadrinhos) sempre é política de alguma forma", disse ele. "Pessoas que não percebem que os X-Men (os quadrinhos da Marvel) eram uma analogia para o movimento dos direitos civis."
"Tentamos trazer essas pessoas para o nosso lado, mas estamos escrevendo para as pessoas que vão ver este Super-Homem... e dizer 'Este Super-Homem é como eu. Este Super-Homem está lutando por coisas que me afetam'", acrescentou.
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