Com “Tempo de viver”, o carioca Thiago Holanda, de 38 anos, concorre ao 22º Grammy Latino na categoria melhor álbum de música popular brasileira. O anúncio dos vencedores ocorrerá em 18 de novembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. As faixas autorais exploram o diálogo entre a sonoridade do Nordeste e o samba do Rio de Janeiro com jazz, bossa nova e música clássica.
Leia Mais
O piano é território livre em novos discos de André Mehmari e Diogo MonzoGoiano Rogério Caetano grava disco dedicado ao violão de sete cordas de açoVeterano na produção musical, André Bedurê estreia em disco soloRevelação do jazz, Jonathan Ferr traz a BH o resultado de sua pianoterapia'Já é um show inesquecível', diz Zélia Duncan, sobre a sua estreia em BHDjonga, Froid e BK lançam o EP 'Egito', com cinco faixas inéditasEnsaios lançam luz sobre livros de Murilo Mendes e Maria José de Queiroz“Era um tributo à música cristã dos anos 1970 e 1980. Música de raiz mesmo, fiz tudo em jazz e bossa nova, com grandes artistas brasileiros. Houve também participação de gente premiada com o Grammy, como o colombiano Alex Campos”, diz.
FICHA
O carioca planeja viajar até Las Vegas para participar da festa. “A ficha só vai cair mesmo quando chegar lá. Só envolto ali, naquele ambiente, vou de fato me dar conta do que está acontecendo. É lógico que é algo grandioso, do qual muito me orgulho. Então, a expectativa também é muito grande.”
A faixa de abertura de “Tempo de viver” é “Similitude”, com maracatu e baião dialogando com o jazz. “Ficou um tempero muito gostoso, uma proposta legal. Minha família é do Nordeste. Minha mãe é do Rio Grande do Norte e meu pai do Ceará, então abri o álbum com homenagem a minhas raízes”, conta ele.
“Trem do tempo” remete a estes tempos de pandemia. “A gente é que vai decidir se vai ficar vivo. Essa decisão está muito mais em nossas mãos do que nas do governo ou das autoridades. É nossa responsabilidade, precisamos fazer o nosso papel”, defende. Nessa faixa, o samba carioca ganha levada de jazz, ao piano.
A romântica “Brisa” foi composta por Thiago para sua mulher. “Morei 10 meses na Argentina, ela ficou no Rio de Janeiro e eu sozinho lá. Então, há referência a Buenos Aires, bons ares. Eu morava no 15º andar e sentia muita brisa na varanda. É um mix de música clássica com bossa nova.”
Os arranjos de cordas são do maestro paulista Sílvio Palermo, e a St. Petersburg Studio Orchestra gravou sua participação da Rússia.
A quarta faixa, “Sem entender”, voz e piano, fala de amor não correspondido. “Tenho um lado bem romântico. Não só nas minhas composições, mas nos arranjos, na minha forma de fazer música”, conta o carioca.
Fecha o disco a versão de Thiago para “Linha do Equador”, sucesso composto por Djavan e Caetano Veloso.
“Acho que fui muito feliz nessa versão. Djavan é a minha maior referência musical no Brasil. Fiquei muito feliz em receber a aprovação dele e da Luanda Records para gravar uma canção tão importante na carreira do Djavan”, conclui, dizendo que a baiana Rosa Passos e Milton Nascimento também o influenciaram.
“TEMPO DE VIVER”
Disco de Thiago Holanda
Dmusic
Cinco faixas
Disponível nas plataformas digitais