O escritor
Silviano Santiago
, 85 anos, foi eleito nesta segunda (18/10) para a
Academia Mineira de Letras
. Ele vai ocupar a cadeira de número 13 (fundada por Carmo Gama e com Xavier da Veiga como patrono), vaga desde a morte de Paulo Tarso Flecha de Lima, em julho. Santiago foi eleito com
35 votos
.
Nascido em Formiga, no Centro-Oeste de Minas Gerais, viveu em Belo Horizonte até radicar-se, nos anos 1960, no Rio de Janeiro. Na capital mineira formou-se em Letras Neolatinas da UFMG. Também aqui publicou seus primeiros livros.
Publicou, no último ano, dois livros: “Menino sem passado” (Companhia das Letras), é o primeiro título de suas memórias. Acompanha as marcas que a infância e a família deixam em nós a partir da trajetória de um garoto que perdeu a mãe com um ano e meia de idade, teve uma relação conturbada com o pai e descobriu, ainda bem jovem, o cinema e as histórias em quadrinhos.
Já “Fisiologia da composição” (Cepe Editora), coloca o confinamento, a solidão e a privação da liberdade, decorrentes da pandemia, sob o ponto de vista da literatura de Machado de Assis e Graciliano Ramos.
Para o jornalista Rogério Faria Tavares, presidente da instituição, “a Academia Mineira de Letras elegeu hoje um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Silviano Santiago fez e continua fazendo história. Em Minas, integrou a chamada ‘Geração Complemento’, ao lado de nomes como Ary Xavier, Ezequiel Neves, Theotonio dos Santos e Ivan Angelo. Na crítica literária, é autor dos clássicos Uma literatura nos trópicos e O cosmopolitismo do pobre. Sua chegada nos honra e nos alegra.”