O rapper mineiro Roger Deff lança seu segundo álbum solo autoral, “Pra romper fronteiras”, que chega às plataformas digitais na sexta-feira (22/10). Sérgio Pererê, Michelle Oliveira e os DJs Flávio Machado e Hamilton Júnior são os convidados do disco, que tem oito faixas e foi produzido por Sérgio Giffoni, antigo parceiro de Deff no grupo Julgamento, e Fernando Macaco. O poeta Flávio Boave é coautor de “A pior pobreza”.
O novo trabalho é homenagem de Deff, veterano do rap de BH, à cultura hip-hop. “O nome vem da ideia de que o hip-hop faz pontes entre universos diversos e rompe paradigmas, ao transformar jovens negros e periféricos em protagonistas de suas próprias histórias”, afirma.
EM CASA
As faixas foram escritas e gravadas a distância do final de 2020 a setembro 2021. “Fiz todas as vozes em minha casa, com os recursos que tenho, e enviei ao estúdio para que Giffoni e Fernando produzissem. Foi a primeira vez que fiz um trabalho inteiro assim”, conta ele.
Deff já mandou os singles “Utópico” e “Um MC” para as redes. A sonoridade celebra a estética do rap dos anos 1990, valorizando o boombap e trazendo diálogos com o jazz e o soul.
Outra faceta do projeto é a criação do grafiteiro e ilustrador Binho Barreto, que trouxe para as capas do disco e dos singles referências ao quadrinista Robert Crumb e ao rap de Public Enemy e DelaSoul.
“Fiz uma grande declaração de amor e respeito ao hip-hop, uma cultura transnacional. Ou seja, uma cultura diaspórica, embora as pessoas a associem à ideia estadunidense. Isso não é verdade, pois ela é maior”, comenta Deff, lembrando que o movimento nasceu no Bronx, em Nova York, a partir de imigrantes jamaicanos.
“Meu álbum é para romper fronteiras, porque essa cultura ultrapassou os Estados Unidos para chegar a vários lugares do mundo. Ao mesmo tempo, contribuiu para a mobilização cultural e social de jovens das periferias do mundo inteiro. Em sua maioria negros, mas pessoas não negras também”, afirma.
Deff divide letras de duas canções com Sérgio Pererê e Flávio Boave. “Em 'A pior pobreza', eu e Boave falamos que a pior pobreza é a de espírito”, comenta. “Vemos pessoas por aí que entendem de acumulação de bens e dinheiro, mas são muito pobres, extremamente pequenas. Tem gente que privilegia a economia em detrimento da vida, sinal muito nítido de pobreza de espírito.”
OTIMISMO
De acordo com ele, o disco tem mais novidades. “Apesar deste momento tenso que estamos vivendo com a pandemia, talvez sejam as letras mais otimistas que já escrevi”, afirma.
“Lancei a canção 'Utópico', na qual falo do papel das utopias, fazendo um diálogo com o escritor uruguaio Eduardo Galeano. A frase dele 'a utopia serve para caminhar' foi o ponto de partida para o single”, revela.
O álbum é produção totalmente independente, sem o apoio leis de incentivo. “Foi feito com recursos próprios e a colaboração das pessoas que estão comigo”, conclui Deff.
“PRA ROMPER FRONTEIRAS”
. Disco de Roger Deff
. Oito faixas
. Independente
. Disponível nas plataformas digitais a partir de sexta-feira (22/10)
. Disco de Roger Deff
. Oito faixas
. Independente
. Disponível nas plataformas digitais a partir de sexta-feira (22/10)