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Estado de Minas RETORNO

Thiago Lacerda critica o governo na véspera da volta aos palcos, em Uberaba

"Quem está aí" será apresentada amanhã (23); com exclusividade, o ator fala da peça shakespeariana e faz questão de soltar o verbo contra o governo federal


22/10/2021 20:44 - atualizado 23/10/2021 06:52

Retrato de Thiago Lacerda
No espetáculo "Quem está aí", o ator Thiago Lacerda interpreta três grandes personagens de Shakespeare: Hamlet, Ângelo e Macbeth (foto: Divulgação)
"Eu faço questão de ilustrar o horror deste desgoverno criminoso que a gente está vivendo no Brasil; um governo que tem por ordem e por norma a destruição de tudo (.. .)  Nesse momento de horror, entrar em cena é um ato de resistência, é um ato político e um ato que brada aos quatro ventos a ideia de que a cultura não esmorece."

É com esse sentimento que o ator Thiago Lacerda subirá ao palco amanhã (23/10), às 20h, no Centro Cultural Sesiminas, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, interpretando três grandes personagens de Shakespeare no espetáculo "Quem está aí", e sentindo o calor do público pela primeira vez desde o início da pandemia.
 
Em entrevista exclusiva, o ator ressaltou a sua emoção indescritível de retornar aos palcos e também destacou que o momento será um ato de resistência, político e de amor.

“É um prazer imenso poder estar aqui em Uberaba neste momento. É uma expectativa gigantesca para voltar ao palco com público depois de tanto tempo; neste momento de desfecho, ainda que lento, dessa pandemia, desse horror que a gente está vivendo e desse momento terrível", disse Thiago.
 
Sobre a peça, ele adiantou que a mensagem é propagar o pensamento shakespeariano e uma reflexão humana ao público.
 
"É um privilégio e um prazer gigante poder voltar ao palco, exercer o meu ofício, reencontrar o público e de uma forma privilegiada, propagar o pensamento shakespeariano e uma reflexão humana shakespeariana ao público de Uberaba, ou seja, reflexão profunda que o Shakespeare propõe à plateia a respeito de quem nós somos. Estou numa alegria que nem sei dizer. Realmente é um momento emocionante para mim e poder trazer de volta toda a história dos três espetáculos em um repertório que a gente já tem quase ao longo de 10 anos de pesquisas", revelou o ator.  
 
Além disso, Lacerda fez duras críticas ao governo federal e à falta de apoio com a arte e a cultura.
 
Para Thiago Lacerda, o que ocorre no Brasil é um "desgoverno" e que a arte não se curvará: "Nesse momento de horror, entrar em cena é um ato de resistência, é um ato político e um ato que brada aos quatro ventos a ideia de que a cultura não esmorece, não se submete e a gente resiste, persiste. Porque nossa missão é essa, é ecoar o amor, a reflexão humana ao longo dos tempos e não é meia dúzia de fascistas irresponsáveis, prevaricadores que vão abafar essa potência que tem a arte e a cultura. Então é um prazer poder estar aqui (Uberaba) no meio de tudo isso; vai ser um ato de resistência, amanhã, e um ato de amor também”.

A peça

O espetáculo foi produzido no início da pandemia, em 2020, para entrar na programação do teatro SESC São Paulo, especificamente na programação Fica em Casa com o SESC.
 
A peça teatral, que tem direção de Ron Daniels, traz monólogos de Hamlet, Ângelo e Macbeth, abordando os momentos de intimidade em que os personagens se revelam a si mesmos e ao público.
 
Para os interessados em assistir presencialmente o espetáculo, a organização informou que o contato deve ser feito pelo telefone (34) 3312-8525.

Depoimento do ator 

“É um prazer imenso poder estar aqui em Uberaba neste momento. É uma expectativa gigantesca para voltar ao palco com público depois de tanto tempo; neste momento de desfecho ainda que lento dessa pandemia, desse horror que a gente está vivendo e desse momento terrível.  

Então é um privilégio e um prazer gigante poder voltar ao palco, exercer o meu ofício, reencontrar o público e de uma forma privilegiada, propagar o pensamento shakespeariano e uma reflexão humana shakespeariana ao público de Uberaba, ou seja, reflexão profunda que o Shakespeare propõe à plateia a respeito de quem nós somos.  

Estou numa alegria que nem sei dizer. Realmente é um momento emocionante para mim e poder trazer de volta toda a história dos três espetáculos em um repertório que a gente já tem quase ao longo de dez anos de pesquisas.   

Então tudo isso está sendo lindo para mim, especialmente em tempos difíceis.  

Eu faço questão de ilustrar o horror deste desgoverno criminoso que a gente está vivendo no Brasil; um governo que tem por ordem e por norma a destruição de tudo como das conquistas civilizatórias, das riquezas naturais, da identidade cultural do nosso povo; os ataques à cultura desde que essa gente desprezível e horrorosa assumiu o governo federal.  

Então nesse momento de horror entrar em cena é um ato de resistência, é um ato político e um ato que brada aos quatro ventos a ideia de que a cultura não esmorece, não se submete e a gente resiste, persiste; porque nossa missão é essa, é ecoar o amor, a reflexão humana ao longo dos tempos e não é meia dúzia de fascista irresponsável, prevaricador que vai abafar essa potência que tem a arte e a cultura. Então é um prazer poder estar aqui (Uberaba) no meio de tudo isso; vai ser um ato de resistência. Amanhã é um ato de amor também”. 

 


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