Benito di Paula completa 80 anos em 28 de novembro. A festa, claro, terá música. O cantor e compositor e seu filho, Rodrigo Vellozo, anunciam o CD “O infalível zen”, com 12 canções. Algumas estavam guardadas na gaveta há anos, homenagens do autor de “Mulher brasileira” ao cantor Nelson Gonçalves. “Não deu certo de ele gravar”, conta Benito. Outras são recentes, como “Aurora”, dedicada à neta e filha de Rodrigo, single lançado no Dia dos Pais.
“Fiquei provocando meu pai para compor, além de também resgatar algumas coisas que ele compôs e não tinha gravado ainda. Pesquisei toda a obra dele”, diz Rodrigo. “São inéditas, antigas ou recentes. Também temos parcerias com nomes da música contemporânea de São Paulo, música instrumental dele no piano. É um panorama do que ele fez e faz, só que nos dias de hoje.”
Benito quase não saiu de seu apartamento desde o início da pandemia. Chegou a raspar o cabelo e a barba. Não gostou e voltou ao antigo visual. “O pessoal elogiou, mas parecia uma bola sete”, brinca. Com o avanço da vacinação, está mais seguro para voltar aos palcos. Em 14 de novembro, canta no Teatro Bradesco, em São Paulo; no dia de seu aniversário, tem show no Vivo Rio, na capital fluminense.
Benito quase não saiu de seu apartamento desde o início da pandemia. Chegou a raspar o cabelo e a barba. Não gostou e voltou ao antigo visual. “O pessoal elogiou, mas parecia uma bola sete”, brinca. Com o avanço da vacinação, está mais seguro para voltar aos palcos. Em 14 de novembro, canta no Teatro Bradesco, em São Paulo; no dia de seu aniversário, tem show no Vivo Rio, na capital fluminense.
“Nestes quase dois anos, estamos com saudades do palco. Faz falta o abraço, o aplauso, a presença do público”, diz Benito. E o que vai ter no show? “O que meu pai quiser”, resume Rodrigo.
“A gente faz o trabalho da gente. É um trabalho simples dentro do contexto musical brasileiro. Mas temos muitos valores, aqueles eternos, e não estamos preocupados em fazer coisas complicadas. A gente nem sabe fazer isso”, afirma Benito, ao comentar o novo disco.
Em 2022, mais novidades: Rodrigo e Rômulo Fróes preparam um disco com vários artistas celebrando Benito – entre eles, Criolo, Demônios da Garoa e Roberta Sá.
O quase octogenário celebra a carreira que construiu. No mercado fonográfico desde os anos 1970, mas em atividade desde a década de 1960 na noite do Rio de Janeiro, de Santos e São Paulo, este talvez seja o momento de maior transformação da forma como ele faz música.
“Aurora” lembra muito pouco do que se conhece do Benito de “Retalhos de cetim”. A voz continua grave, diferenciada. Porém, há a roupagem contemporânea idealizada por Rodrigo e Fróes. Há a percussão mais contida, valendo-se da sonoridade da madeira do violão.
Bem no começo, Benito improvisa “Concierto de Aranjuez”, de Joaquín Rodrigo, mostrando sua habilidade com as cordas. No fundo, sopros bem-encaixados, percussão e até mesmo sintetizadores.
Desapareceu a levada conhecida como “samba-joia”. Não se sabe se voltará. Mas a reinvenção de Benito di Paula, embora ele se mantenha fiel às raízes, é boa para ele próprio, para os fãs e para quem ainda vai conhecer seu trabalho.