Depois de lançar “Jangada”, “Slowmotion cameraman” e a releitura de “Meu sangue ferve por você”, sucesso na voz de Sidney Magal, Leo Quintella chega novamente às plataformas digitais, agora para lançar o álbum “Camaleão” (Biscoito Fino), com 10 faixas. O cantor, compositor e multi-instrumentista paulista diz que o disco é o resultado de múltiplas influências, que vão do moderno ao retrô. Ao mesmo tempo, garante que ouve de tudo e transforma todas as experiências em melodia e letra.
“Camaleão” também é o nome da quarta faixa do disco e Leo afirma que a canção parece ter sido psicografada, resumindo um pouco de sua vida. “Escondi-me demais na vida e, agora, vou me achar. Minhas músicas trazem as percepções que tenho. Minha composição é uma busca incessante por encontrar a mim mesmo”. Ele faz questão de dizer que não toca e nem canta desde criança. “Na verdade, a música foi me convencendo a ser músico ao longo da vida.”
Leo conta que sempre foi muito criativo desde pequeno, e o que gostava mesmo de fazer quando criança era inventar histórias, personagens e criar mundos. “Acontece que, mais tarde, fui picado por um ‘inseto’ chamado The Beatles. Fui muito afetado e senti ali o primeiro amor pela música. Fui gostando, aprendi a tocar guitarra e fui também me inteirando mais sobre a música. Porém, a minha grande vontade era mesmo escrever, mais até do que tocar e cantar. Em 2014, compus ‘Menina’, a minha primeira canção.”
O músico lembra que cursava faculdade de administração de empresas e, paralelamente, levava uma carreira informal, produzindo e lançando algumas composições autorais. “Fui tomando gosto pela parada. Quando me formei, decidi que iria mesmo seguir a carreira musical. Comecei então a idealizar o disco ‘Camaleão’. É um lançamento que vem desde julho, com single e músicas autorais, além do hit ‘Meu sangue ferve por você’, versão da lenda Sidney Magal.”
BOSSA NOVA
O artista ressalta que o álbum conta um pouco da sua história. “Eu ‘camaleando’, me colocando não só no meu lugar, mas para enxergar a vida, não só da minha realidade, mas de um operário, de alguém que está apaixonado. Fui colecionando essas histórias e agora estou tendo o prazer de lançar 'Camaleão'. Então, é um pouco isso. Minha carreira começa com Beatles e depois comecei a escutar música brasileira, principalmente a bossa nova.”
Leo lembra que a primeira coisa que escutava em casa era jazz. “Meu avô era imigrante alemão e sempre teve essa parada com discos e com o jazz. O primeiro show que vi em minha vida foi de John Pizzarelli, no Bourbon Street, em São Paulo. Na música brasileira, fui gostar primeiro da bossa nova. Depois, lendo os livros do Nelson Motta, Zuza Home de Melo e Ruy Castro. Aí, acredito que completou também com o rock inglês que faltava para a minha identidade, porque acho que na hora de escrever, o fator Brasil pulsa.”
Ele afirma que tenta ser ele mesmo. “Isso porque estou falando de lendas que estão em um estágio inalcançável na minha forma de ver, mas tenho isso como referência, como norte, que é uma mistura de rock inglês, bossa nova e Tropicália”. Leo costuma dizer que o tipo de música que faz é retrô moderno. “Hoje em dia, quando se fala em referências musicais, não se ouve somente o que está sendo lançado agora. Com a internet, consegue-se saber de tudo que tocou ao longo dos anos.”
Para o músico, o vintage voltou. “Vejo também algo meio ano 2000 retornando. Vi isso em um disco da Marisa Monte, que é você poder viver várias épocas e trazê-las como exemplo, mas também não ser mimético, mas traduzir isso para a galera de hoje. É isso que chamo de uma música retrô moderna. Você tem um espelho do passado, olha, mas aceita que está nos dias de hoje e que também diz sobre o sentimento de uma mesma espécie humana”, ressalta o artista.
HIT DE MAGAL
Leo gosta de brincar, dizendo que o objetivo vai explodir o tempo. “É um pouco ambicioso, mas a música tem que ter ambição. Tenho o hábito de compor e o faço bastante. As pessoas gostaram das minhas músicas através das minhas composições. O repertório dos meus shows sempre foi de 95% de música autoral, só que, quando fui fazer o disco, resolvi incluir o clássico de Sidney Magal, numa mistura de house e disco music.”
Ele acredita que quando se faz um disco só de músicas autorais, por mais que tenha um feeling de que as pessoas irão gostar, o artista corre o risco de isso não acontecer, pois é algo novo. “Então, eu e Juliano pensamos em uma versão como se fosse uma pílula que fosse tirar um pouco do risco. Aposto e espero que as pessoas gostem, pois já conhecem meu trabalho, mas acho que é também um desafio.”
Leo, então, comentou com Juliano o interesse em gravar uma versão para o hit de Magal. “Em pouco tempo, ele fez o mix do baixo e a música foi tomando seu rumo. Gravamos em ritmo de disco e house music, mas tem também uma parada tropical, só que pop. Rapidamente, a música ganhou arranjo e a gravamos. Achei que ficou muito inte- ressante. É uma canção forte, tanto que, quando toca, as pessoas cantam junto.”
CAMALEÃO
Leo Quintela
10 faixas
Biscoito Fino
Disponível nas plataformas digitais