A abertura do edital do auxílio emergencial Aldir Blanc nesta segunda-feira (8/11) em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, animou artistas e grupos culturais da cidade. Coletivos realizados por pessoas físicas, trabalhadores e artistas da cultura têm até o dia 19 de novembro para encaminhar a inscrição.
O edital desse ano está com mudanças que poderão abarcar um maior número de pessoas físicas que vivem da arte e tiveram as atividades culturais prejudicadas durante a pandemia da COVID-19. Serão contemplados 86 artistas com o valor de R$ 2 mil em parcela única e oito grupos culturais no valor de R$ 8 mil. O valor total das premiações será de R$ 236 mil.
A novidade foi bem recebida pela artesã e gestora do espaço colaborativo Quintal Coletivo, Paola Bellezzia. Ela conta que em 2020, o grupo participou do edital, e o auxílio de R$ 12 mil ajudou a pagar as contas que já estavam atrasadas e a manter o local aberto durante a fase crítica da pandemia.
“No ano passado, fomos aprovados como coletivo. Vou tentar de novo e vou avisar todo mundo para se inscrever como pessoa física. Se conseguirmos, vai ser bom, porque esse recurso ajuda muito a classe artística”.
De acordo com a secretária de Cultura, Esporte, Lazer, Juventude e Turismo de Pedro Leopoldo, Patrícia Rafael, a mudança do edital para atender mais pessoas físicas que trabalham individualmente ou em grupos que atuam na cidade foi para alcançar uma maior parcela de trabalhadores da arte na cidade. A divisão dos recursos foi realizada com base em um diagnóstico e seguindo o Plano de Trabalho apresentado em 2020.
“No ano passado, foram 71 premiações para pessoas físicas, e quem não recebeu auxílio em 2020 terá prioridade nesse ano. Aconselho os profissionais a se inscreverem com outro objeto, e que não deixem para o último dia. Valerá apenas uma única inscrição por pessoa”.
A secretária explica que o edital é destinado para artistas da dança, circo, teatro, música, capoeira, poesia, slam, sarau, literatura, artes visuais e artesanato que desenvolveram, nos últimos dois anos, ações ligadas à cultura na cidade.
As atividade podem ter sido desenvolvidas por meio de espaços, de iniciativas, de cursos, de produções, de desenvolvimento de atividades de economia criativa e de economia solidária de produções audiovisuais e de manifestações culturais.
Investir em arte
A secretária afirma que muitos artistas da cidade estão passando por dificuldades financeiras e que esses recursos da Lei Aldir Blanc serão para a sobrevivência de muitos deles.
“Aqui têm muitos artistas, principalmente músicos, que viviam das apresentações e que agora estão com muitas dificuldades porque ainda não conseguiram voltar. Os eventos públicos na cidade ainda não estão permitidos e muitos deles ainda não tiveram a oportunidade de retomar às atividades. Quero que esse auxílio financeiro seja justo e faça cumprir o objetivo principal que é socorrer as pessoas da área cultural”.
Mais que um socorro aos artistas, a artesã Paola Bellezzia avalia que o apoio à cultura e à arte também representam investimentos na saúde e na melhoria da qualidade de vida na cidade.
“Vejo que no meio do caos que vivemos, as pessoas que recebemos no Quintal Coletivo têm um momento de encantamento. Muitas tiveram a oportunidade de aprender coisas novas e assim redescobriram sentidos através da arte. O poder público deve continuar investindo na arte”.