Ex-integrante da banda mineira In Box, o cantor e compositor Rabello dá continuidade à carreira solo com seu segundo disco de estúdio, “Passagem”, recém-lançado nas plataformas digitais.
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Estúdio
O processo levou cerca de um ano e meio, segundo ele. “Já tinha uma boa quantidade de músicas guardadas que queria finalizar. Também compus algumas novas e comecei a produzir sozinho. Depois, investi nas pré-produções. Quando o negócio estava mais fechado, levei para o estúdio. O Marcelinho Guerra foi o responsável por mixar e masterizar”, conta.
“Passagem” é um disco breve, com oito faixas distribuídas em pouco mais de 31 minutos. Musicalmente, o álbum pode ser definido como MPB moderna por conta da mescla de instrumentos orgânicos, como o violão, com batidas eletrônicas e sons sintetizados.
“Ralei em casa sozinho para chegar nesse resultado. Gravei teclados e sintetizadores. Deu para explorar timbres futuristas por meio da guitarra, por exemplo. Tive tempo de sobra para pesquisar e até aprender a tocar novos instrumentos. No geral, a sonoridade veio de forma natural, pensada a partir do 'Venha'”, explica Rabello.
Os dias trancado em casa, respeitando o isolamento social, ajudaram o cantor e compositor a se concentrar na produção do disco, o que ele transformou em válvula de escape para “não pirar”.
Já a temática, apesar de o álbum ter sido idealizada antes do início da crise sanitária, também pode ser interpretada de acordo com o contexto da pandemia.
“A passagem a que me refiro no título tem a ver com a ideia de mudança. Do caos para a ordem. Das trevas para a luz. Para mim, isso estava acontecendo em âmbito pessoal e, de certa forma, acredito que seja uma realidade para muitas pessoas. Vivi o processo de me voltar para dentro de mim e olhar para coisas que normalmente deixamos de lado. No ano passado, muita gente viveu isso também”, analisa.
Clube da Esquina
Muito embora assuma influência da MPB em seu trabalho, principalmente do Clube da Esquina, a música brasileira nem sempre foi a favorita dele. Quando formou a banda In Box, em 2005, Rabello (que na época assinava Thiago Rabello) era um jovem apaixonado por rock, o que acabou marcando a sonoridade do grupo.
Nem mesmo o trabalho de seu pai, o regente, compositor, pianista e tecladista José Namen, que transita por ritmos como jazz e MPB, despertou o interesse dele na época da adolescência. Depois da dissolução da banda, em 2013, Thiago passou a consumir música brasileira e deixar que ela aparecesse em seu trabalho autoral solo.
“Foi quando comecei a entender um pouco mais da história do meu pai. Ele tocou muitos anos com o Toninho Horta e com o Beto Guedes. Então, cresci muito próximo do universo da arte e da música. Quando eu era pequeno, já tocava alguma coisa, tinha muita facilidade. Com uns 10 anos, comecei a fazer aula e, aos 13, já tocava na noite com os caras mais velhos”, ele conta.
“Meu pai nunca me empurrou para a música, sempre me deixou bastante livre para escolher o que fazer da vida. Passei a adolescência inteira ouvindo banda gringa. Quando a In Box foi se desenvolvendo, a gente foi para São Paulo e assinou com uma gravadora grande. Então, a minha formação vem muito do contato com a música desde muito novo”, Rabello afirma.
Produção
Aos 30 anos, ele se mostra bastante satisfeito com os discos que lançou na carreira solo. Passada a experiência de trabalhar praticamente sozinho em um disco completo, ele agora alimenta a vontade de atuar não só como músico, mas como produtor para outros artistas.
“Tenho muita vontade de produzir. O meu próprio trabalho tem sido uma escola para mim. Com esse novo disco, agora tenho um cartão de visitas para o meu trabalho como produtor”, conclui.
“passagem”
"Passagem"
. Disco de Rabello
.8 faixas
.Independente
.Disponível nas plataformas digitais