De volta ao palco do Teatro do Sesc Palladium neste domingo (21/11), às 11h, a Orquestra Ouro Preto, regida pelo maestro Rodrigo Toffolo, faz uma apresentação em homenagem a compositores brasileiros que fizeram e fazem história por meio do piano.
Toffolo explica que a apresentação será dividida em duas partes. “No primeiro momento, a trajetória do piano brasileiro será apresentada por meio de três dos principais compositores do instrumento. Em concerto comentado pelo pianista Cristian Budu, serão executadas as obras ‘Valsa de esquina nº 5’, do compositor paulista Francisco Mignone (1897-1986), ‘Apanhei-te, cavaquinho!’, de Ernesto Nazareth (1863-1934), e ‘Impressões seresteiras’ e ‘Festa no sertão’, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).”
“Na segunda parte será apresentada a lenda do folclore brasileiro, Curupira, que ganha uma concepção orquestral inédita em ‘O Canto do Curupira’”, adianta o maestro. Curupira é um protetor das florestas e da nossa riqueza natural que despista os caçadores e os encanta com o seu canto e silvo, para que eles se percam e não destruam a natureza.
ENCOMENDA
“Esse concerto foi encomendado por mim ao compositor e arranjador André Mehmari. É uma rapsódia para piano e orquestra de cordas, feita de forma fluida, solta e com uma narrativa livre”, diz Toffolo.
Ao contar a história do piano, conforme observa o maestro, a orquestra destacará o fato de que “o instrumento chegou aqui no início do século 20 e se popularizou bastante. Grande parte das casas tinha um piano, porque já fazia parte do costume brasileiro daquele século tocar piano”.
De acordo com Toffolo, o piano tem “essa importância e uma identificação muito forte no Brasil, que tem grandes pianistas como Nelson Freire (1944-2021), entre tantos outros”.
Sobre a escolha de Mehmari para compor a obra que terá hoje sua estreia, o maestro comenta que o fluminense é “um dos jovens compositores exponenciais no Brasil ultimamente”. Na avaliação de Toffolo, Cristian Budu “certamente é o pianista brasileiro de maior expressão na atualidade”.
O maestro diz que a apresentação de hoje demarca a importância da Orquestra Ouro Preto no cenário da música de concerto. “Muita gente vê a Orquestra Ouro Preto nesse ramo da versatilidade, mas ela também tem uma longa história de excelência, e esse programa versa muito por isso.”
Sobre o passeio pela “história do piano brasileiro”, o maestro julga que será “muito bonito ver e ouvir, principalmente para aqueles que estiverem presentes no Teatro do Sesc Palladium”. Em sua opinião, o público ficará “impressionado, não só com a nova safra de composições brasileiras, como essa de André Mehmari, mas também com um pouco dessa história, que é muito profunda e que está dentro do que o músico brasileiro é, na verdade”.
Na primeira parte serão executadas obras de Ernesto Nazareth, Mignone e Villa-Lobos, “que tem de ser sempre visitado e revisitado. A fonte está ali”. “O canto do Curupira”, que compõe a segunda parte do programa, agrada ao maestro também por seu nome com referência ao folclore nacional.
“É algo muito bacana, quando você tem Villa-Lobos, que fez ‘Impressões seresteiras’ e ‘A Valsa da dor’; e Mignone, com as valsas ‘Esquinas’, termos ‘O canto do Curupira. É importante trazer a brasilidade também para o nome. Acho importante apresentar isso para o público brasileiro estar dentro do nosso vernáculo.”
“ORQUESTRA OURO PRETO E O PIANO BRASILEIRO”
Neste domingo (21/11), às 11h, no Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100). Ingressos: R$ 25 e R$ 10 (meia-entrada), à venda pelo site Sympla.